A Nissan está passando por um período bem complicado, e não é só uma questão de vender mais carros. Durante uma conversa franca no Future of the Car Summit, o novo CEO da montadora, Ivan Espinosa, deixou claro que a empresa precisa enfrentar a realidade depois do que ficou conhecido como era Ghosn. Ele revelou que a meta de 8 milhões de veículos vendidos por ano, prometida em 2015, se mostrou irreal e, até agora, não foi cumprida.

    Por aqui, a situação está bem diferente. Em 2024, a Nissan deve encerrar o ano com apenas 3,3 milhões de carros vendidos. Para lidar com essa situação, a direção decidiu cortar na carne. Sete das 17 fábricas da empresa pelo mundo fecharão as portas, o número de plataformas de veículos foi reduzido de 13 para 7 e vários modelos, incluindo clássicos como o Leaf e o Sentra, foram “suspensos” por ora.

    Espinosa não deixou por menos e foi direto ao ponto: “Investimos em capacidade e pessoal baseado em metas que não se concretizaram. Ninguém fez nada para corrigir isso até agora”. Ele ressaltou que, ao assumir, a estratégia da empresa precisou ser totalmente revista, o que acabou impactando os lucros de 2024.

    O foco agora é minimizar os custos, reposicionar os produtos e buscar novas parcerias. E, embora esteja fechando algumas fábricas, ele afirmou que demissões em massa não fazem parte dos planos imediatos. Em Tennessee, por exemplo, a produção ganhou um segundo turno para dar conta da demanda local.

    Ainda assim, Espinosa avaliou com cautela o futuro das fábricas. A Nissan, que há pouco se distanciou do grupo Renault, está agora explorando novas alianças, até mesmo com empresas menos tradicionais, como a Foxconn. Tudo isso para evitar um colapso nas operações.

    Além disso, o cenário se complica com as tarifas que estão levando a montadora a prever um déficit de US$ 3,1 bilhões nos próximos três anos. Quando questionado se esses custos iriam chegar às prateleiras, ele não se comprometeu. “É cedo para dizer. O importante agora é buscar clareza e estabilidade”, afirmou.

    Um plano ousado de lançar 30 novos modelos até 2027 se tornou uma grande interrogação. A Nissan corre contra o tempo para encontrar seu caminho antes que essa crise, que tanto ignoraram, se torne irreversível. A montadora precisa se reinventar e mostrar que ainda tem fôlego para mudar a trajetória. Vamos ficar de olho nas próximas movimentações!

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