O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou sobre a nova política comercial dos Estados Unidos durante a abertura de um evento da indústria da construção em São Paulo, na terça-feira (8). Ele criticou as tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump, que afetam cerca de 180 países, incluindo o Brasil. Lula descreveu essa situação como uma “guinada perigosa” nas relações comerciais globais e comparou as ações de Trump a uma manobra arriscada com um grande navio, afirmando que essa abordagem não trará bons resultados.
Durante seu discurso, Lula enfatizou a importância de o Brasil ter um comportamento equilibrado diante dessa nova realidade. Ele ressaltou a necessidade de tomar decisões que estejam alinhadas com as condições reais do país, pedindo prudência nas reações. A posição do presidente foi reforçada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que, em entrevista, comentou que o Brasil se encontra em uma situação “relativamente vantajosa”. Haddad destacou que as tarifas sobre os produtos brasileiros seriam menores em relação às de outros mercados, e que o governo pretende manter um diálogo com os Estados Unidos, evitando ações de retaliação no curto prazo.
As tarifas americanas incluem uma taxa de 34% sobre produtos chineses e até 10% sobre as importações brasileiras. Essa medida intensificou as tensões comerciais entre os países, especialmente com a China, que declarou que “lutará até o fim” contra as novas imposições de Washington. Apesar de ter feito críticas à política dos EUA, Lula adotou um tom mais moderado em comparação a declarações anteriores, quando mencionou a possibilidade de adotar “todas as medidas cabíveis” para proteger a economia brasileira e clamou por reciprocidade nas relações comerciais.
Com essas declarações, Lula e sua equipe buscam alinhar a postura do Brasil em um cenário de grandes mudanças nas dinâmicas comerciais internacionais, tentando assegurar uma posição que beneficie o país e mantenha suas relações comerciais estáveis.
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