A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, na noite da última quarta-feira, 9 de abril, o relato do deputado Paulo Magalhães, do PSD da Bahia, que sugere a cassação do mandato do deputado Glauber Braga, do Psol do Rio de Janeiro. A votação contou com 13 votos a favor da cassação e 5 contra.
A reunião foi marcada por debates intensos e protestos por parte de parlamentares do Psol e de outros partidos da oposição. Agora, o tema será levado ao plenário da Câmara para uma nova votação.
Antes da votação, Glauber anunciou que faria uma greve de fome como forma de protesto contra a sua possível cassação. Ele afirmou que iria ficar em jejum até que o processo fosse finalizado e se comprometeu a permanecer no plenário durante a discussão. Em suas palavras, ele expressou a determinação de não se deixar vencer pelo que chamou de “orçamento secreto”.
A sessão no plenário estava programada para começar às 16h, mas houve atrasos, mesmo com os apelos de deputados do Psol para que a ordem do dia fosse iniciada. Caso a ordem do dia começasse, a Comissão de Ética teria que suspender a sessão, o que adicionou ao clima tenso da reunião.
Após as 17h, diversos deputados da oposição chegaram à Comissão, gerando mais discussões com os já presentes do Psol. A Polícia Legislativa foi chamada para retirar jornalistas e visitantes do local, aumentando a controvérsia.
Enquanto a confusão se desenrolava, Glauber apontou que a demora para iniciar a ordem do dia no plenário sugeria que havia um acordo para que a votação na Comissão acontecesse antes. Quando o presidente da Comissão, Leur Lomanto, anunciou o resultado da votação, Paulo Magalhães reforçou sua posição. Ele disse que a situação havia se tornado caótica e confirmou seu relatório. Os deputados do Psol reagiram com protestos, com um deles, Guilherme Boulos, chamando a situação de um “escárnio”.
Glauber Braga está sendo processado na Comissão de Ética por um incidente ocorrido em abril de 2024, quando expulsou o militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, da Câmara. Durante uma discussão, trocaram ofensas e Glauber acabou empurrando Costenaro para fora, chegando a desferir chutes. Ambos foram levados ao Departamento de Polícia Legislativa.
Em sua defesa, Glauber declarou que Costenaro tinha um histórico de ataques contra ele e outros colegas e havia ofendido sua mãe, que faleceu poucos dias depois.
Para que a cassação de Glauber seja aprovada no plenário, são necessários os votos de 257 dos 513 deputados. Se a cassação for confirmada, o Psol pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal para contestar o processo.
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