O dólar apresentou alta nesta quinta-feira, 10, encerrando o dia cotado a R$ 5,8988, com um aumento de 0,88%. No início da tarde, a moeda chegou a ser negociada a R$ 5,95, refletindo um cenário de maior aversão ao risco nos mercados internacionais. Na semana, o dólar já acumulava um aumento de 1,09%, e no mês essa alta subiu para 3,39%.
Os movimentos no mercado de câmbio foram fortemente influenciados pelas notícias sobre a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Nos últimos dias, ambos os países anunciaram medidas de retaliação, aumentando as tarifas sobre produtos importados. A Casa Branca comunicou que a tarifa total aplicada a produtos chineses subirá para 145%, resultado da combinação de um aumento de 125% com mais 20% de tarifas previamente estendidas. Para países que não retaliaram os EUA, foi estabelecida uma tarifa mínima de 10%, que ficará suspensa por 90 dias.
Essas tensões comerciais têm impactos significativos nas expectativas sobre o crescimento econômico mundial, levando a uma possível recessão nos Estados Unidos. Com isso, os preços das commodities, como o petróleo, despencaram mais de 3%, acumulando uma queda de cerca de 15% apenas em abril. O real foi a moeda que mais se desvalorizou entre as principais moedas do mundo neste dia, acompanhado pelas quedas do peso mexicano e do peso colombiano.
Além da alta do dólar, o índice do dólar americano em relação a outras seis moedas fortes, conhecido como DXY, caiu quase 2%, chegando a tocar 100,700 pontos. Neste cenário, o franco suíço, conhecido como um refúgio seguro em tempos de incerteza, viu uma valorização de mais de 3%.
No final do dia, as moedas emergentes conseguiram pegar um pequeno respiro após declarações do presidente Donald Trump. Ele mencionou que autoridades chinesas já entraram em contato para discutir um possível acordo, o que trouxe um certo otimismo ao mercado. Trump elogiou seu relacionamento com o presidente chinês Xi Jinping, afirmando que espera conversar com ele.
Na parte da manhã, o dólar até apresentou uma leve queda, atingindo o valor mínimo de R$ 5,8259, impulsionado por uma leitura mais baixa do que o esperado em relação à inflação ao consumidor nos EUA. O índice de preços ao consumidor (CPI) teve uma redução de 0,1% em fevereiro, quando se esperava um aumento de 0,1%. O núcleo do CPI teve um leve aumento de 0,1%, também abaixo das previsões que eram de 0,3%.
Consultorias financeiras e economistas avaliam que a inflação ao consumidor ainda não incorporou totalmente os efeitos das tarifas. As expectativas em relação a cortes de juros pelo Federal Reserve (banco central dos EUA) variam entre 75 e 100 pontos-base para este ano, conforme monitorização do CME Group.
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