A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiu um alerta recente sobre os riscos da desinformação para a democracia e reafirmou a luta pela obrigatoriedade do diploma de jornalismo. A entidade divulgou uma carta ao final da 3ª Semana Nacional do Jornalismo, que ocorreu entre os dias 7 e 11 de abril em várias cidades, como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Curitiba.
Na carta, a ABI defendeu a regulação das plataformas digitais e das grandes empresas de tecnologia, conhecidas como “big techs”. A associação afirmou que a falta dessa regulação torna a democracia no Brasil incompleta. Além disso, a ABI criticou o fato de que conteúdos prejudiciais nas redes sociais podem gerar lucro, afirmando que isso é inaceitável. Eles indicaram que, se os conteúdos de ódio e informações falsas continuarem sendo monetizados, a democracia será ameaçada. A ABI destacou como a comunicação, que deveria democratizar informações e garantir a voz das pessoas, acabou se tornando uma “armadilha” controlada por essas grandes empresas.
Outro ponto importante levantado pela entidade foi o crescente risco de veículos de comunicação se tornarem representantes de grupos políticos, principalmente dos mais conservadores. Para a ABI, isso reforça ainda mais a necessidade de um jornalismo comunitário, popular e independente. A associação fez um apelo pela imediata aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 206/2012, que defende o diploma obrigatório para jornalistas. Esta proposta é vista pela entidade como crucial para reconhecer a importância do jornalismo na proteção da diversidade, da democracia e dos direitos humanos.
Durante a Semana Nacional do Jornalismo, diversos temas foram discutidos, como a importância da obrigatoriedade do diploma para jornalistas, a existência de regiões com pouca informação (os “desertos de notícias”), a regulamentação das big techs e a luta contra as fake news. Todos estes aspectos estão interligados e a ABI acredita que sem um jornalismo livre e de qualidade, a democracia não pode existir. Para eles, o jornalismo é um direito fundamental e sua ausência prejudica a sociedade.
Além disso, a ABI destacou a necessidade de garantir que as plataformas de mídia digital sejam responsabilizadas pelos conteúdos que divulgam. A associação enfatizou que é essencial criar normas para proteger a sociedade dos danos causados pela desinformação e pela promoção de conteúdos ilegais.
O evento também alertou sobre o perigo de os meios de comunicação se transformarem em “partidos políticos”, alinhados a interesses de setores conservadores, o que pode comprometer a liberdade de expressão e a diversidade de opiniões. A carta finalizou reafirmando que o fortalecimento da comunicação deve passar pela valorização de comunicadores populares, que são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
A 3ª Semana Nacional de Jornalismo, portanto, serviu como um importante momento de reflexão e mobilização sobre o papel crucial do jornalismo na sociedade brasileira.
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