O papa Francisco faleceu na segunda-feira, dia 21 de abril de 2025, aos 88 anos. Com sua morte, o Vaticano agora tem a tarefa urgente de preservar o corpo do pontífice para que ele possa estar apresentável durante o velório em Roma, que deve durar vários dias. Como o clima úmido da cidade pode acelerar a decomposição, o processo de embalsamamento precisa ser feito rapidamente.
O moderno método de embalsamamento envolve a abertura de veias no pescoço do papa para drenar o sangue. Em seguida, uma solução que contém formol, álcool, água e corantes é injetada no sistema circulatório. Esse procedimento ajuda a eliminar bactérias e a preservar as células do corpo, evitando que as enzimas naturais iniciem o processo de decomposição. Graças a essa técnica, o corpo do papa poderá ser mantido em exibição por dias, permitindo que milhares de fiéis possam prestar suas homenagens.
Desde o século 20, o Vaticano adotou métodos de embalsamamento semelhantes aos usados em funerais convencionais. O primeiro papa a passar por esse tipo de embalsamamento moderno foi Pio 10º, que faleceu em 1914. A partir do embalsamamento do papa Pio 12, em 1958, a técnica se consolidou. O médico responsável na época, Riccardo Galeazzi-Lisi, usou um método inadequado que acelerou a decomposição do corpo, resultando em uma situação muito desagradável para os presentes.
A família Signoracci, que realiza serviços funerários em Roma há quatro gerações, é conhecida por embalsamar papas. Eles cuidaram, por exemplo, dos corpos de João Paulo 1º, Paulo 6º e João 23. Massimo Signoracci, da família, já explicou que o processo envolve abrir as artérias para retirar o sangue e injetar o fluido de embalsamamento.
Além de embalsamar papas, a Igreja Católica também tem uma tradição de preservar órgãos como relíquias. No entanto, desde o papa Leão 13, que morreu em 1903, essa prática não é mais comum, pois a Igreja decidiu que os papas deveriam ser enterrados de forma íntegra.
O papa Francisco fez algumas mudanças em seu pedido para o sepultamento. Ele pediu para ser enterrado em um único caixão de madeira revestido de zinco, diferente da tradição de três caixões. Além disso, será o primeiro papa a ser sepultado fora do Vaticano em mais de um século. Ele já havia indicado que seu túmulo estaria na Basílica de Santa Maria Maior, localizada no bairro Esquilino, em Roma.
Essas alterações refletem o estilo do papa Francisco, que sempre priorizou a simplicidade e a humildade. Vale lembrar que nem todos os papas recentes foram completamente embalsamados. Por exemplo, João Paulo 2º não passou por um embalsamamento formal e isso gerou sinais de decomposição em seu corpo.
Quando Francisco faleceu, ele já lidava com problemas respiratórios. Em 2023, teve que ser hospitalizado devido a uma bronquite e, em fevereiro de 2025, foi internado novamente, mas os médicos encontraram uma pneumonia bilateral. Em suas últimas aparições públicas, ele usou cadeira de rodas e pediu por paz e desarmamento, fazendo um apelo para que os governos não se deixassem levar pelo medo.
Agora, com a sua morte, os cardeais do Vaticano darão início a um conclave para eleger o 267º papa. Durante este ritual, os cardeais, que devem ter menos de 80 anos, se reúnem na Capela Sistina. Para ser escolhido, um candidato precisa obter dois terços dos votos. O resultado é informado ao público pela cor da fumaça que sai da chaminé da capela: fumaça preta indica que o papa ainda não foi escolhido, enquanto fumaça branca sinaliza que um novo líder foi eleito.