Enquanto as tarifas de importação criadas durante o governo Donald Trump começam a afetar o setor automotivo, várias montadoras estrangeiras, inclusive as alemãs, estão considerando trazer parte da sua produção para os Estados Unidos. Para a Audi, isso significaria montar veículos em território americano pela primeira vez. Mas não é só a questão fiscal que está em jogo: o custo da mão de obra na Alemanha está se tornando cada vez mais elevado.
Um estudo recente da consultoria Oliver Wyman revelou que a Alemanha é atualmente o país mais caro do mundo para montar um carro, com um custo médio de mão de obra em torno de 3.300 dólares por veículo. Essa conta inclui não apenas os salários dos trabalhadores, mas também contribuições para pensões e outros benefícios. Para se ter uma ideia, fabricar um carro na Alemanha pode ser até 7.800 dólares mais caro do que produzir o mesmo modelo na China.
Quando o estudo analisou 250 fábricas ao redor do mundo, ficou claro que, mesmo com salários mais altos nos Estados Unidos em comparação a mercados emergentes, ainda há uma economia considerável em relação aos altos custos da Alemanha. Por lá, o custo por carro é praticamente a metade do que se gasta na terra da Volkswagen. Essa diferença não está apenas nos salários, mas também na carga tributária e em custos indiretos de produção.
Curiosamente, a China, que sempre foi vista como um centro de fabricação de baixo custo, já não é mais a opção mais econômica. O estudo também apontou países como México, que custa em média 305 dólares por carro, Romênia com 273 dólares e Marrocos, que chega a incríveis 106 dólares por veículo, como alternativas mais baratas.
Essa discrepância é significativa. Em Marrocos, por exemplo, o custo de um trabalhador nas fábricas da Renault é menor do que um cafezinho por dia em Berlim. O diretor da Oliver Wyman na Alemanha, Fabian Brandt, alertou que se a produção seguir em declínio no país, muitos fornecedores de médio porte serão obrigados a fechar as portas ou buscar novos locais de produção.
Os números já refletem essa tendência: a produção de carros na Alemanha caiu mais de 25% na última década. Mesmo que uma eventual suspensão das tarifas dos EUA possa melhorar a situação, o alerta está dado. A viabilidade de continuar a produção dentro das fronteiras alemãs está ameaçada, e o custo da mão de obra se tornou um fator crítico que não pode ser ignorado. A menos que haja mudanças importantes, as montadoras provavelmente optarão por caminhos mais econômicos, migrando para locais onde os custos são mais baixos.
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