O novo diretor da EPA, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, nomeado por Donald Trump, decidiu atacar um alvo curioso: a tecnologia start/stop dos carros modernos. Em vez de direcionar seu foco para problemas maiores, como as grandes empresas de petróleo, ele escolheu enfrentar uma das maneiras mais simples e eficazes para economizar combustível e diminuir a emissão de gases poluentes.
Essa questão faz a gente se perguntar se ele realmente entendeu qual é a função da EPA. A função start/stop, bem conhecida nos últimos 20 anos, desliga o motor quando o carro está parado, como em semáforos ou congestionamentos. Assim que o motorista tira o pé do freio, o motor é religado. Essa tecnologia tem um objetivo claro: reduzir o tempo em que o motor fica ligado em marcha lenta, economizando combustível e diminuindo a poluição.
Para o diretor, essa tecnologia parece ser apenas um “troféu de participação climática”. Em um post na rede social X, ele falou sobre isso de maneira sarcástica, afirmando que o carro “morre” em cada sinal vermelho apenas para que a montadora ganhe um prêmio simbólico. O problema é que essa visão se afasta dos dados reais e da realidade.
Pesquisas sérias, como as discutidas por Jason Fenske no canal Engineering Explained, mostram que a tecnologia pode gerar uma economia real de combustível entre 4% e 8%, mesmo em trânsito moderado. E o melhor: ela já faz diferença em paradas que duram apenas 8 segundos. Ou seja, não é preciso ficar preso horas em um engarrafamento para notar a economia.
Desde a sua introdução, os sistemas de start/stop evoluíram bastante, com motores de partida mais robustos e sistemas eletrônicos mais eficientes. Apesar de algumas críticas — como o desconforto de o ar-condicionado desligar em dias quentes —, essas são questões pontuais que podem ser ajustadas tecnicamente, e não refletem a eficácia ambiental da tecnologia.
A fala de Zeldin não mostra apenas uma falta de entendimento técnico, mas também uma postura voltada para desregulamentação ambiental. É importante ressaltar que ele não tem formação ou experiência em áreas relacionadas a políticas ambientais, o que é raro para alguém em sua posição. A EPA foi criada, ironicamente, por um presidente republicano, Richard Nixon, com o objetivo de proteger a saúde humana e o meio ambiente.
Enquanto isso, a atual direção da EPA parece estar mudando o foco para questões de “conforto do motorista”, ignorando a verdadeira missão da agência. Em um momento em que os efeitos das mudanças climáticas ficam mais visíveis a cada dia, afastar-se de tecnologias que comprovadamente ajudam a reduzir emissões e economizar combustível parece mais um movimento político do que uma medida baseada em ciência.
Se a missão da EPA ainda é realmente proteger o meio ambiente, criticar um sistema que já se mostrou eficaz em reduzir emissões e melhorar o consumo de combustível não faz muito sentido.