Nesta quinta-feira, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul ouviu uma adolescente que mantinha um relacionamento online com um garoto de 14 anos, suspeito de matar seus pais e o irmão de três anos em Itaperuna, no Rio de Janeiro. Enquanto isso, os investigadores estavam analisando os dispositivos eletrônicos do jovem, como celular e computador, para entender melhor como tudo aconteceu e se houve alguma influência remota nesse crime. O delegado encarregado deu detalhes sobre o caso, que chamou atenção pela gravidade.

    As investigações começaram quando a avó do adolescente procurou a polícia, preocupada com o desaparecimento da família. O jovem passou a ser o principal suspeito depois que a polícia percebeu algumas contradições em seu relato. Durante as buscas, foram encontrados indícios preocupantes na casa, como manchas de sangue e um odor forte vindo da cisterna, onde os corpos foram encontrados. A situação se agravou quando o adolescente acabou confessando o crime.

    De acordo com informações da delegacia de Itaperuna, o garoto alegou que usou a arma do pai, que estava guardada debaixo do colchão, para cometer os homicídios enquanto todos dormiam. Depois do crime, tentou ocultar as evidências arrastando os corpos e limpando a cena com produtos químicos. Também teve a ideia de queimar roupas sujas e preparar uma bolsa, o que mostra que, de certa forma, havia um planejamento por trás das suas ações.

    Como a polícia chegou ao adolescente suspeito?

    A investigação começou com o alerta da avó sobre o desaparecimento da família. Durante o processo, o adolescente ofereceu respostas contraditórias sobre onde estavam seus pais e irmão. A vistoria na casa revelou sinais de que algo muito errado havia acontecido. Quando foram encontrados os corpos, o jovem acabou confessando seus atos em um depoimento.

    Tanta reviravolta fez com que a polícia começasse a investigar mais a fundo as relações do jovem, inclusive a ligação com a namorada do Mato Grosso do Sul. Eles começaram a se comunicar ainda na infância, em um jogo online, e a polícia queria entender se ela teve alguma influência nos atos violentos do garoto.

    • Os dispositivos do adolescente, como celular e computador, foram enviados para perícia.
    • O objetivo é descobrir possíveis trocas de mensagens e pesquisas online relacionadas ao crime.
    • Até agora, não há provas concretas de que ele tenha pesquisado métodos para cometer homicídios, mas essa possibilidade ainda está sendo analisada.

    O delegado informou que ainda estão revisando tudo que foi encontrado nas mídias eletrônicas. Embora não exista confirmação de que o jovem tenha buscado informações sobre como matar pessoas, a possibilidade de ajuda remota da namorada não é descartada. Ele ainda comentou que o adolescente conversou de forma fria e, quando questionado sobre arrependimento, disse que faria tudo novamente.

    Quais as consequências legais para o adolescente?

    Após confessar, o jovem foi apreendido e deve responder por atos infracionais relacionados a triplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, quem tem menos de 18 anos e comete crimes pode enfrentar medidas socioeducativas, como internação em unidades específicas, acompanhamento psicológico e limitações na liberdade.

    • Ele passará por uma avaliação psicológica e social.
    • O processo está seguindo em segredo de justiça, segundo a legislação brasileira.
    • O caso levanta discussões sobre a responsabilidade penal de adolescentes e a influência das redes sociais em comportamentos agressivos.

    O que falta esclarecer?

    Os peritos ainda analisam os dispositivos eletrônicos do adolescente para entender melhor como tudo aconteceu e se houve outras pessoas envolvidas. Eles estão também investigando possíveis tentativas de acesso a recursos financeiros da família, como o FGTS do pai, que podem indicar outras motivações. A arma usada foi encontrada na casa da avó, que também foi chamada a depor.

    A investigação continua, com as autoridades focadas no contexto familiar e nas relações virtuais do adolescente, além de seu comportamento antes e depois do crime. A situação traz à tona a importância de acompanhar menores no ambiente digital e de estar atento a sinais de risco dentro de casa.

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