Minissérie sobre Ângela Diniz reacende interesse por caso dos anos 70 e destino dos filhos

    A estreia da minissérie “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” na HBO Max trouxe novamente à tona um dos casos mais impactantes do Brasil nos anos 1970. A produção fez o público relembrar a história trágica da socialite Ângela Diniz e despertou a curiosidade sobre o que aconteceu com seus três filhos, fruto de seu casamento com o engenheiro Milton Villas Boas.

    Os criadores da série optaram por focar apenas na vida de Ângela, deixando de lado detalhes sobre seus filhos. Segundo o diretor Andrucha Waddington, a decisão foi tomada para preservar a intimidade da família e focar na história central, que gira em torno da vida e dos eventos que marcaram a vida de Ângela.

    Ângela nasceu em Curvelo, Minas Gerais, e teve um casamento de dez anos com Milton Villas Boas, com quem teve três filhos: Milton, Cristina e Luiz Felipe. Os dois se separaram por meio de um desquite, já que na época o divórcio ainda era ilegal no país. Neste processo, Ângela abriu mão da guarda dos filhos, tendo direito a visitas apenas supervisionadas. Essa situação refletia o forte estigma social que mulheres divorciadas enfrentavam na época.

    O acidente trágico na Praia dos Ossos, em 1976, foi o primeiro de uma série de perdas que atingiram a família. Em 2006, uma reportagem detalhou o destino dos filhos de Ângela. Luiz Felipe, o mais novo, morreu em um acidente de carro aos 21 anos. O filho mais velho, Milton, sofreu um grave acidente de moto em 1982, que resultou em comprometimento de sua mobilidade. Milton Villas Boas, o ex-marido de Ângela, também faleceu em um acidente de avião em 1980.

    Cristiana, filha do meio, compartilhou informações sobre a família durante uma entrevista na época, onde criticou duramente um livro escrito por Doca Street, o homem que assassinou sua mãe. Ela descreveu Doca como um “canalha” que tentava lucrar com a tragédia de sua mãe. Cristiana relembrou a dor da perda e expressou seu orgulho em ser filha de Ângela, enfatizando que, apesar do sofrimento, ela via sua mãe como uma mulher à frente de seu tempo.

    Cristiana tinha apenas 12 anos na época da morte da mãe, Milton tinha 13 e Luiz Felipe apenas 10. Hoje, Milton e Cristiana vivem em Belo Horizonte. Doca Street faleceu em 18 de dezembro de 2020, aos 86 anos, devido a um ataque cardíaco.

    A minissérie e o interesse renovado pelo caso mostram como a história de Ângela Diniz ainda ressoa na sociedade, revelando questões sobre gênero, tragédia e a luta por reconhecimento e justiça.

    Jornalismo AdOnline

    Compromisso com a informação precisa e relevante, trazendo notícias apuradas com rigor jornalístico, ética e responsabilidade. Um jornalismo que busca sempre a verdade dos fatos.