O cineasta iraniano Jafas Panahi foi novamente preso devido a uma propaganda contrária ao regime do Irã. Ele foi condenado a um ano de prisão e também a um período de dois anos sem poder sair do seu país. Em maio deste ano, Panahi conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes pelo seu filme “Foi Apenas um Acidente”, que está entre os favoritos para o Oscar de melhor filme internacional, ao lado da produção brasileira “O Agente Secreto”.

    Recentemente, Panahi estava em São Paulo para participar da Mostra de Cinema e tinha uma agenda lotada de compromissos para promover seu filme, que representa a França na competição do Oscar. Caso a condenação não seja revertida, ele poderá não comparecer às cerimônias da premiação no próximo ano.

    A trajetória de Panahi com a autoridade iraniana não é nova. Sua primeira prisão ocorreu em 2010, quando ele expressou apoio aos protestos contra o governo. Na ocasião, ele foi condenado a seis anos de prisão e recebeu uma proibição de trabalhar como cineasta por 20 anos. Apesar disso, em 2011, Panahi produziu o documentário “Isto Não É um Filme”, filmado em sua própria casa e posteriormente contrabandeado para o exterior. Em 2015, o cineasta lançou “Táxi Teerã”, um filme em que grava suas conversas com passageiros enquanto dirige um táxi.

    Em 2022, Panahi foi detido novamente após criticar publicamente a polícia iraniana, que havia prendido vários cineastas locais. Ele foi libertado após sete meses, período em que fez uma greve de fome. A experiência da prisão inspirou seu filme “Foi Apenas um Acidente”, que estreia nos cinemas brasileiros no dia 4 de outubro.

    A situação de Jafas Panahi ressalta os desafios enfrentados por artistas e cineastas no Irã, onde a liberdade de expressão é frequentemente restringida. As novas condenações podem ter um impacto significativo na carreira e na liberdade do cineasta, que continua a usar sua arte para abordar questões sociais e políticas no seu país.

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