A Pantone revelou recentemente sua cor do ano para 2026: Cloud Dancer, um tom de branco considerado sereno e equilibrado. A empresa justificou a escolha dizendo que essa cor poderia trazer calma para uma sociedade saturada de informações e estresses. No entanto, a seleção gerou polêmica e foi vista por muitos como uma ironia, já que, em essência, a cor branca é a ausência de cor.

    Todo ano, a escolha da Pantone é aguardada ansiosamente por designers e especialistas, que tentam adivinhar que sentimento ou tendência será representado pela cor eleita. Essa tradição vai além da definição de uma simples tinta; é uma tentativa de capturar a narrativa do momento em uma cor. Por isso, a escolha de Cloud Dancer surpreendeu muitos, especialmente após o ano anterior ter trazido Mocha Mousse, um marrom quente que foi bem recebido na indústria. A nova cor parece destoar da realidade de muitas pessoas.

    A Pantone descreveu Cloud Dancer como “um símbolo de influência calmante em uma sociedade frenética que redescobre o valor da consideração ponderada e da reflexão silenciosa”. Contudo, essa escolha gerou uma das maiores controvérsias na história da empresa, com críticas surgindo na mídia e nas redes sociais. A imagem que acompanhou o anúncio, mostrando uma mulher vestida de branco sob um céu igualmente branco, pretendia evocar a ideia de contemplação. Porém, no atual clima político, especialmente nos Estados Unidos, o branco é visto por muitos como uma cor carregada de simbolismos complexos.

    Críticos chamaram a escolha de “microagressão”, especialmente considerando tensões raciais e retrocessos em políticas de diversidade. Assim, o branco passou a ser interpretado de forma negativa, levantando questões sobre o racismo e o nacionalismo. Vanessa Friedman, crítica do New York Times, destacou que essa tonalidade pode remeter a associações problemáticas, sugerindo que a Pantone pode não ter levado em conta as implicações de sua escolha.

    Nas redes sociais, a reação foi intensa. Algumas pessoas relacionaram a escolha a temas econômicos e políticos, com comentários como “A cor do ano ser branco é um sinal de recessão”. Outros questionaram a falta de criatividade da Pantone, afirmando que ela demonstra um distanciamento da realidade artística atual. A cor também foi comparada à simbologia de movimentos supremacistas, como os ligados ao lema “Make America Great Again”.

    No cenário nacional, a marca de tintas Suvinil reagiu à escolha da Pantone apresentando suas próprias cores, como “Tempestade” e “Cipó da Amazônia”. A marca deixou claro que não apoiava a ideia de um tom neutro como cor do ano.

    Agora, Cloud Dancer enfrenta o desafio de provar que pode representar o espírito de um ano que ainda não começou, enquanto a controvérsia em torno de sua escolha continua acesa e se transforma num tema de debate dentro da indústria criativa.

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