A produtora do filme “Dark Horse”, que retrata a vida de Jair Bolsonaro, recebeu R$ 2 milhões em recursos públicos por meio de três empresas registradas nas áreas de tecnologia e esportes. Além disso, firmou um contrato de R$ 108 milhões com a Prefeitura de São Paulo para a instalação de 5.000 pontos de wi-fi.

    Essas informações foram inicialmente reveladas por um portal de notícias e foram confirmadas por outras fontes. O deputado Mario Frias, do PL de São Paulo e ex-secretário especial de Cultura durante o governo Bolsonaro, está envolvido na produção do filme. Ele é mencionado no roteiro, que é descrito como baseado em sua história real, intitulada “Capitão do Povo”.

    Frias foi responsável por aprovar duas verbas destinadas ao Instituto Conhecer Brasil (ICB), uma ONG de Karina Ferreira da Gama, que também é proprietária da GoUP Entertainment, produtora de “Dark Horse”. Os repasses totais às emendas parlamentares alcançaram R$ 2 milhões. No ano passado, o ICB recebeu R$ 1 milhão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, voltado para um projeto de letramento digital. Um valor semelhante foi repassado pelo Ministério dos Esportes para a implementação do projeto “Lutando Pela Vida”, voltado para artes marciais.

    A ONG, no passado, tentou captar recursos para projetos relacionados ao mundo evangélico, como “A Turma do Smilinguido no Teatro” e um festival da Marcha para Jesus, mas não obteve sucesso em arrecadar fundos.

    Porém, o contrato mais significativo foi com a administração do prefeito Ricardo Nunes. A prefeitura afirmou que a contratação do ICB ocorreu de maneira “transparente e sem contestações”. Segundo a Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia, a organização atendeu a todas as exigências do edital e já implementou 3.200 pontos de wi-fi, com previsão de incluir mais 1.800 até 2026. Até o momento, foram repassados cerca de R$ 86 milhões referentes aos serviços já realizados, dentro do total de R$ 108 milhões.

    O filme “Dark Horse”, que também é conhecido como “Azarão”, foca nos eventos que marcaram a vida do ex-presidente após ele ser esfaqueado em 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais. A produção começou a ser filmada no Hospital Indianópolis, localizado na zona sul de São Paulo.

    A direção do filme fica a cargo de Cyrus Nowrasteh, um cineasta americano de origem iraniana, que tem em sua filmografia obras como “Infidel”, “O Jovem Messias” e “O Apedrejamento de Soraya M.”. Jair Bolsonaro será interpretado por Jim Caviezel, famoso por seu papel como Jesus no filme “A Paixão de Cristo” e por sua atuação em “Som da Liberdade”, que fez sucesso entre o público conservador em 2023.

    Mario Frias e o Instituto Conhecer Brasil foram procurados para comentar sobre os repasses, mas não fizeram declarações até o momento.

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