O sociólogo e influenciador digital Thiago Torres, conhecido como “Chavoso da USP”, foi condenado pela Justiça a uma pena de 10 meses em regime aberto, convertida em serviços comunitários. A decisão foi tomada pela juíza Patrícia Padilha, da 3ª Vara Criminal de Guarulhos, após uma ação movida pelo ex-prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, conhecido como Guti, do PSD-SP.
A origem do processo remonta a publicações feitas por Torres em 2021, onde ele criticou as demissões de trabalhadores da Proguaru, empresa responsável por serviços de limpeza e manutenção urbana na cidade. Durante a pandemia, a administração de Guti decidiu fechar a Proguaru, resultando na demissão de cerca de 4.700 funcionários, incluindo a mãe do influenciador.
A condenação inclui, além da pena de serviços comunitários, uma multa de R$ 3.000, uma indenização de R$ 15.000 e cerca de R$ 2.000 em custas processuais. O caso foi tratado em segredo de Justiça, mas se tornou público quando Torres compartilhou sua condenação nas redes sociais.
Nas postagens, Thiago expressou sua indignação. Ele mencionou que o fechamento da Proguaru resultou em um clima de desesperança, desemprego e, lamentavelmente, citou o suicídio de um trabalhador da empresa, o que acentuou suas críticas a Guti. Ele acusou o ex-prefeito de ser responsável pela morte do trabalhador e pelos problemas psicológicos enfrentados pelos ex-funcionários.
A juíza decidiu que as publicações de Torres ultrapassaram os limites da liberdade de expressão, configurando crimes de injúria e difamação, conforme alegado por Guti. Após a decisão, Torres se manifestou em seu Instagram, afirmando que suas críticas eram motivadas pela indignação de um filho que viu sua mãe perder o emprego.
Guti, por sua vez, comentou sobre a condenação, afirmando que a Justiça decidiu a seu favor, reconhecendo que as afirmações de Torres foram inadequadas. Ele defendeu a liberdade de expressão, mas enfatizou que é necessário utilizá-la com responsabilidade. Guti ainda revelou que ofereceu a oportunidade de retratação pública ao influenciador durante o processo, mas esse teria recusado o acordo.