A China está pronta para responder a novas ameaças comerciais dos Estados Unidos. O país se manifestou após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que pretende impor tarifas adicionais de 50% sobre as importações chinesas. O comunicado foi feito na terça-feira, 8 de abril de 2025, e revelou a crescente tensão entre as duas maiores economias do mundo.
O Ministério do Comércio da China se opôs fortemente às ações dos EUA, afirmando que as tarifas são injustificadas e uma forma de “bullying” comercial. De acordo com a declaração oficial, as medidas tomadas pela China visam proteger sua soberania e segurança, além de garantir o crescimento econômico do país e a ordem no comércio internacional.
Atualmente, a China já aplica tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos, que entrarão em vigor na quarta-feira, 9 de abril de 2025. O governo chinês também avisou que tomará novas medidas se os EUA continuarem com sua abordagem agressiva. O porta-voz do ministério alertou: “Se os EUA insistirem em seguir seu próprio caminho, a China lutará até o fim”.
Donald Trump havia estabelecido um prazo até o dia 8 de abril para que a China revogasse seu aumento de tarifas. Caso contrário, as novas tarifas se tornariam realidade no dia seguinte. As relações comerciais entre os dois países se deterioraram ao longo dos últimos meses, com Trump impondo tarifas de 20% no início de março e anunciando um segundo pacote de tarifas em abril, afetando 185 nações, incluindo a China.
Em 2024, o comércio entre os EUA e a China foi avaliado em cerca de US$ 582 bilhões, tornando a China o principal parceiro comercial dos EUA. O déficit comercial dos Estados Unidos com a China variou entre US$ 263 bilhões e US$ 295 bilhões.
Na região de Hong Kong, o Chefe-executivo, John Lee, também criticou as tarifas dos EUA, chamando-as de “bullying” e relatando os riscos que isso representa para o comércio global. Ele mencionou que Hong Kong buscará se conectar mais com a economia chinesa, firmando mais acordos de livre comércio e atraindo novos investimentos.
O mercado financeiro de Hong Kong sofreu um forte impacto, com o índice Hang Seng fechando em queda de 13,22% na segunda-feira, 7 de abril. Esse foi o pior resultado diário desde 1997, durante a crise financeira asiática, refletindo a incerteza que a disputa comercial causa nos mercados.
As ameaças de tarifas também tiveram repercussões nas bolsas de valores em todo o mundo, incluindo Tóquio e Nova York. Trump, que costumava elogiar as altas nos mercados durante seu primeiro mandato, agora considera as dificuldades financeiras atuais como parte de um processo necessário para alcançar um objetivo maior. “Não me importo em passar por isso porque vejo um quadro bonito no final”, afirmou.
Assim, a disputa comercial entre Estados Unidos e China continua se intensificando, com ambos os lados se preparando para enfrentar as consequências de suas decisões.