A acne não é um problema só da adolescência, e isso pode pegar muita gente de surpresa. Um tema que gera dúvidas, especialmente para quem já passou dos 25 anos, é: por que ainda lidamos com espinhas? Segundo a Dra. Natália Tenório, dermatologista, isso pode estar ligado a fatores como genética, hormônios masculinos em alta e até a alimentação.

    Pesquisas recentes mostram que a relação entre essas questões e a acne é mais do que visual. Um estudo descobriu que questões hormonais e genéticas, como o chamado hiperandrogenismo, são pontos chaves que merecem atenção. Isso significa que nem sempre a solução é simples; muitos fatores diferentes precisam ser considerados.

    Por que a acne continua depois dos 25 anos?

    É frustrante, não é? A puberdade acaba e a acne persiste. Isso ocorre porque alterações hormonais, especialmente dos androgênios, continuam ativando as glândulas sebáceas e causando inflamações. Para muitas, a pele é sensível a esses hormônios. Às vezes, mesmo com exames mostrando valores normais, a pele pode reagir como se estivesse em crise, mantendo a acne ativa. Por isso, tratamentos que buscam equilibrar esses hormônios costumam trazer bons resultados.

    A genética tem peso na acne adulta?

    Com certeza! A genética tem uma influência imensa nesse quadro. Estudos indicam que até 80% das variações na acne podem ser atribuídas a fatores hereditários. Se você tem parentes próximos que enfrentaram esse problema, suas chances de ter o mesmo desafio aumentam. Por isso, é importante discutir isso com o dermatologista ao buscar um diagnóstico.

    A alimentação pode afetar a acne adulta?

    Sim, e de forma significativa. Dietas ricas em alimentos com alto índice glicêmico, como pães brancos e doces, podem aumentar a insulina no corpo, o que, por sua vez, eleva o IGF-1 e potencializa a oleosidade da pele. Algumas evidências também sugerem que laticínios podem piorar a situação. Controlar o que você come pode ser um passo importante para reduzir as crises.

    E se os exames de sangue não mostrarem nada?

    Isso é bem comum. Muitas vezes, os hormônios estão dentro da normalidade, mas a pele ainda pode ser sensível à ação dos andrógenos. Um dermatologista não só avalia laboratoriais, mas também considera fatores como histórico familiar, dieta e padrões hormonais. Exames adicionais podem ser pedidos, por exemplo, para investigar a resistência à insulina ou condições como a síndrome dos ovários policísticos.

    Como tratar a acne na fase adulta?

    Um diagnóstico personalizado é fundamental. O tratamento pode incluir:

    • Terapias hormonais: pílulas anticoncepcionais ou espironolactona para casos em que a acne está ligada a desequilíbrios hormonais.
    • Ajustes na dieta: uma mudança para uma alimentação com menor índice glicêmico e a redução de laticínios podem ajudar.
    • Uso de dermocosméticos: produtos certos e uma rotina de limpeza suave são essenciais para evitar inflamações.

    Esses cuidados podem aumentar as chances de controlar, ou até eliminar, as espinhas de forma eficaz.

    Devo buscar ajuda agora?

    Sem dúvida! A acne na fase adulta vai além da questão estética. Ela pode impactar a autoestima e sinalizar problemas hormonais ou metabólicos que precisam ser observados. Consultar um dermatologista, e um endocrinologista se necessário, é o caminho para encontrar um tratamento que realmente funcione.

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