Na terça-feira, dia 22, o dólar teve uma queda significativa e fechou abaixo do valor de R$ 5,75. Esse foi o primeiro dia de negociação após o feriado prolongado de Páscoa e Tiradentes. A moeda americana perdeu força em relação a outras divisas de países em desenvolvimento, principalmente por causa da valorização de commodities, com destaque para o petróleo, e pelo aumento do apetite por riscos no mercado.

    O real brasileiro conseguiu, em parte, “absorver” a desvalorização do dólar observada no mercado internacional na véspera. Isso ocorreu após investidores se afastarem de ativos nos Estados Unidos, motivados pela instabilidade causada pelas críticas de Donald Trump ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. No contexto de moedas, o real teve o segundo melhor desempenho entre as moedas mais negociadas, ficando atrás apenas do peso chileno.

    Na véspera, o índice que mede o desempenho do dólar, conhecido como DXY, caiu para o menor nível em mais de um ano. Embora o dólar tenha mostrado uma leve recuperação no final do dia, ainda havia uma certa pressão sobre a moeda americana. Apesar da queda registrada nesta terça, o dólar teve uma leve alta acumulada de 0,40% no mês.

    Durante o dia, as bolsas de valores em Nova York se recuperaram, apresentando ganhos de mais de 2%. Em um movimento inesperado, o preço do ouro, que atingiu um recorde histórico na véspera, recuou. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, comentou que o impasse relacionado às tarifas comerciais com a China é insustentável e que se espera uma diminuição das tensões.

    O dólar à vista teve uma mínima de R$ 5,7184 durante a tarde e encerrou o dia em R$ 5,7284, representando uma queda de 1,30%. Esse foi o valor de fechamento mais baixo desde 3 de abril, quando as tarifas elevadas pelos EUA foram anunciadas, em um dia que Trump chamou de “Dia da Libertação”.

    Enquanto Trump critica Powell e pressiona por cortes nas taxas de juros, o presidente do Federal Reserve alertou que essas tarifas podem aumentar a incerteza e pressionar a inflação, indicando uma necessidade de cautela na política monetária. Neel Kashkari, presidente do Fed em Minneapolis, defendeu Powell e destacou que as decisões do Banco Central americano são baseadas em análise técnica.

    A secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt, também reafirmou que Trump acredita ser necessário cortar os juros e que o presidente dos EUA deseja que o dólar continue sendo a principal moeda de reserva mundial. No Brasil, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou, em audiência no Senado, sua preocupação com a alta inflação e a necessidade de manter uma política monetária restritiva. Galípolo enfatizou que o aumento da Selic no fim de 2024 tornou menos atrativa a postura de apostar contra o real, mas reiterou que o regime de câmbio é flutuante e que o Banco Central tem como meta a inflação.

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