A acrilamida é uma substância química que aparece em certos alimentos quando cozinhamos em temperaturas elevadas, como ao fritar, assar ou tostar. Descoberta em 2002 por cientistas suecos, essa substância gera preocupações por seu possível efeito cancerígeno. A acrilamida surge quando os açúcares dos alimentos reagem com um aminoácido chamado asparagina, em um processo que também dá aquela cor dourada e o sabor gostoso aos pratos que gostamos.

    Apesar de já ter sido ligada a efeitos nocivos em animais, as evidências sobre o que ela pode fazer com os humanos ainda são meio inconclusivas. A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar alerta para o risco potencial de câncer, especialmente em crianças, mas a ciência ainda não chegou a um veredito definitivo. Além disso, a acrilamida pode ser tóxica para o sistema nervoso, o que traz outra preocupação.

    Como a acrilamida afeta a saúde humana?

    Os impactos da acrilamida na nossa saúde são motivo de atenção, visto que alguns estudos a vinculam à neurotoxicidade e possíveis problemas mais sérios. Essa substância consegue atravessar tecidos, incluindo a placenta, o que pode impactar o desenvolvimento do feto. Pesquisas em animais indicam que a exposição prolongada à acrilamida pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas, como a demência, além de distúrbios no desenvolvimento de crianças.

    Outras investigações sugerem que consumir acrilamida pode estar associado a um risco elevado de alguns tipos de câncer, como o de ovário e endométrio. Contudo, essas associações ainda precisam de confirmação através de mais estudos. Uma teoria em andamento é que a acrilamida poderia interferir em hormônios como o estrogênio e a progesterona, o que explicaria seu vínculo com cânceres em mulheres.

    Quais medidas podem reduzir a exposição à acrilamida?

    Dado que a acrilamida se forma em alguns alimentos durante o cozimento em altas temperaturas, tanto a indústria alimentícia quanto os consumidores estão tomando atitudes para minimizar sua presença, especialmente em produtos voltados para bebês e nas práticas culinárias do dia a dia.

    Veja algumas dicas úteis para reduzir a exposição à acrilamida:

    – A indústria tem trabalhado para diminuir os níveis de acrilamida em muitos produtos, priorizando alimentos para crianças.

    – A União Europeia implementou limites máximos permitidos de acrilamida, buscando proteger a saúde pública.

    – Em casa, mergulhar batatas cortadas em água quente por uns 10 minutos antes de fritar pode diminuir a acrilamida em até 90%, o que é uma dica simples e eficiente.

    – Outra sugestão é raspar as partes queimadas de alimentos, como torradas. Isso ajuda a evitar o consumo excessivo da substância.

    O que o futuro reserva para a pesquisa sobre acrilamida?

    Nos últimos anos, o interesse pela acrilamida e seus potenciais riscos aumentou, levando a novas pesquisas para entender melhor sua relação com o câncer e outras condições de saúde. Cientistas estão testando formas mais eficazes de medir a ingestão dessa substância, utilizando biomarcadores no sangue e na urina. Esses métodos podem oferecer informações mais precisas do que simples questionários sobre alimentação.

    Enquanto a pesquisa avança, é essencial que os consumidores estejam informados sobre os riscos associados à acrilamida e adotem hábitos alimentares que minimizem a exposição. Embora muitas questões ainda permaneçam sem resposta, pequenas mudanças no dia a dia podem contribuir para uma alimentação mais saudável e segura.

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