O Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou suas previsões para o crescimento econômico do Brasil. De acordo com o novo relatório, intitulado “Perspectiva Econômica Global”, o FMI estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do país irá crescer apenas 2% em 2025 e em 2026. Essa previsão representa uma queda de 0,2 ponto percentual em relação às estimativas anteriores, divulgadas em janeiro deste ano.
Esses números são mais pessimistas do que as previsões feitas pelo governo brasileiro. Em março, o Ministério da Fazenda estimou um crescimento de 2,3% para 2023 e de 2,5% para 2026. O Banco Central, por sua vez, projetou um crescimento de 1,9% para este ano.
Especialistas em economia alertam que, apesar do bom desempenho da produção agrícola que pode ajudar a sustentar a economia no início do ano, a tendência é que a economia enfrente uma desaceleração. Esse cenário é influenciado pela alta inflação e pela política de juros, que afeta a facilidade de acesso ao crédito. O FMI prevê que a inflação no Brasil em 2025 chegue a uma média anual de 5,3% e a 4,3% em 2026, números que ficam acima da meta oficial de inflação, fixada em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Além dos desafios internos, o relatório do FMI também aponta que fatores externos podem afetar o crescimento econômico global. Um dos principais riscos mencionados é a política tarifária do governo dos Estados Unidos, liderado na época por Donald Trump. Recentemente, o governo norte-americano anunciou a imposição de tarifas sobre a importação de painéis solares de quatro países do Sudeste Asiático, sendo eles Camboja, Tailândia, Malásia e Vietnã. Essas tarifas podem ser bastante elevadas, chegando a 3.521% para produtos oriundos do Camboja, o que pode intensificar as tensões comerciais no cenário internacional.
Esses acontecimentos geram preocupação em relação à estabilidade econômica, e o mercado brasileiro deve acompanhar esses indicadores de perto para entender melhor as perspectivas para os próximos anos.