A Justiça determinou a suspensão do show da cantora Joelma em Santa Bárbara do Tugúrio, região de Campo das Vertentes, em Minas Gerais, após acolher uma ação do Ministério Público sobre possíveis irregularidades no contrato. A decisão foi tomada na quarta-feira, dia 10 de dezembro, pela 2ª Vara Cível da Comarca de Barbacena.
A ação civil pública foi impetrada pelo Ministério Público no dia 9 de dezembro e questionava o valor do cachê da artista, que foi fixado em R$ 550 mil para uma apresentação em comemoração ao aniversário de 63 anos do município, marcado para o dia 30 deste mês. Essa quantia é considerada elevada, especialmente porque, segundo informações do Ministério Público, o valor médio cobrado por Joelma em outros locais gira em torno de R$ 445 mil. Isso sugere um superfaturamento de aproximadamente R$ 105 mil.
Além disso, a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público destaca que o custo do show é desproporcional em relação às despesas do município. Em 2022, Santa Bárbara do Tugúrio tinha um orçamento anual de pouco mais de R$ 20 milhões. No mesmo período, a cidade gastou R$ 588 mil com a agricultura, R$ 160 mil em saneamento e apenas R$ 3,5 mil com habitação. O promotor Vinícius de Souza Chaves afirmou que esses dados indicam que a gestão pública não está priorizando adequadamente os recursos.
Esse não é o primeiro conflito entre o município e o Ministério Público sobre shows da cantora. Em outubro de 2022, uma ação foi movida para recuperar valores gastos com um show anterior de Joelma, que custou R$ 265 mil, mas também foi considerado superfaturado, resultando em um possível prejuízo de R$ 145 mil aos cofres públicos. O prefeito da cidade foi denunciado por esse caso em julho de 2024, quando a cantora se apresentou na 36ª Festa da Banana.
Frente a novas preocupações com gastos exagerados, a Justiça já havia suspendido um contrato em dezembro do ano passado para outra apresentação da artista, que também faria parte das celebrações de aniversário do município, por um cachê de R$ 500 mil, considerado excessivo.
O prefeito José Antônio Alves Donato, conhecido como Donatinho, defendeu o valor afirmando que estava em conformidade com os valores de mercado. Ele chegou a apresentar à Justiça documentos que comprovariam essa média de cachês cobrados pela cantora. No entanto, mesmo após recursos, a Justiça manteve a suspensão do evento, apontando indícios de irregularidades.
O prefeito não se manifestou pessoalmente após a terceira ação, mas um comunicado oficial da prefeitura reafirmou o compromisso com a legalidade e respeito à atuação do Ministério Público. A J Music Editora e Produções Artísticas, responsável pela carreira de Joelma, também não pode ser contatada para comentar o assunto. A situação continua em desenvolvimento, e novas informações sobre a repercussão dessa decisão devem ser acompanhadas.
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