Na terça-feira, dia 15, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçou a necessidade urgente de combater o aquecimento global. Ela destacou a importância de desenvolver planos para substituir os combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis, que são menos prejudiciais ao meio ambiente.

    Marina Silva participou do simpósio intitulado “Conectando Clima e Natureza: Recomendações para Negociações Multilaterais”, realizado em Brasília. Durante seu discurso, ela fez um apelo para que todos os países se unam em torno desse compromisso, lembrando que o Brasil já assumiu esse compromisso há 32 anos na Cúpula da Terra, conhecida como ECO 92, que ocorreu no Rio de Janeiro.

    A ministra enfatizou a necessidade de planejar uma transição justa para eliminar o uso de combustíveis fósseis. “Precisamos nos organizar para essa mudança, pois, se não o fizermos, já estamos vendo os efeitos negativos em nosso clima”, alertou.

    Marina destacou que esse planejamento deve incluir a entrega das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) por todos os países que assinaram o Acordo de Paris. Esse compromisso deve ser feito até a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, no Pará.

    Ela também ressaltou a seriedade desse evento, afirmando: “Não é uma festa, é uma luta. Diferentemente de eventos como a Copa do Mundo ou as Olimpíadas, essa conferencia trata de um assunto crítico, onde enfrentamos desafios como a degradação do multilateralismo e a necessidade de colaboração entre os povos”.

    Com um plano claro e bem estruturado, há uma oportunidade de promover essa transição sem causar problemas adicionais, como desastres climáticos, que resultam em chuvas intensas, secas severas, incêndios e desemprego. “Acredito que, ao nos planejar para essas mudanças, teremos a chance de implementar as mudanças gradualmente, evitando os efeitos colaterais indesejados”, afirmou.

    A ministra também destacou a gravidade da situação climática, mencionando que o ano passado marca quando o planeta atingiu 1,5ºC acima das temperaturas do período pré-industrial. “O clima faz parte da natureza, mas nossas ações foram tão danosas que agora precisamos tratar clima e natureza como se fossem coisas separadas,” declarou.

    ### Povos Indígenas

    Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, também esteve presente no simpósio e falou sobre a necessidade de dar mais voz aos povos indígenas nas políticas globais e nas decisões sobre mudanças climáticas. Ela enfatizou que a preocupação não deve ser apenas com a quantidade de ações, mas sim com a qualidade dessas iniciativas. “Precisamos garantir que o conhecimento tradicional dos povos indígenas seja reconhecido, junto ao que foi estabelecido no Acordo de Paris,” disse.

    Sonia ressaltou a relação intrínseca entre os indígenas e a natureza como essencial para encontrar soluções diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas. Ela citou a Floresta Amazônica como um exemplo disso, afirmando que “os povos indígenas no Brasil não construíram grandes cidades, mas sim uma grande floresta. A rica biodiversidade que temos hoje é resultado do cuidado desses povos, que ao cultivarem e espalharem sementes, mantêm o equilíbrio desse ecossistema”.

    O evento trouxe à tona a urgência de ações concretas e a importância da participação de todos, especialmente dos povos originários, na luta contra a mudança climática.

    Jornalismo AdOnline

    Compromisso com a informação precisa e relevante, trazendo notícias apuradas com rigor jornalístico, ética e responsabilidade. Um jornalismo que busca sempre a verdade dos fatos.