Na última sexta-feira, dia 5, o renomado arquiteto Frank Gehry faleceu em sua casa em Santa Monica, Califórnia, aos 96 anos. A informação foi confirmada por Meaghan Lloyd, sua chefe de gabinete, que explicou que ele morreu após uma breve doença respiratória.

    Gehry é amplamente lembrado pelo icônico Museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha, um edifício que revolucionou a arquitetura contemporânea. Inaugurado em 1997, o museu, com sua estrutura de titânio, não apenas revitalizou a cidade de Bilbao, mas também consolidou Gehry como um dos arquitetos mais reconhecíveis desde Frank Lloyd Wright. Sua forma inusitada e alegre, que lembrava um fluxo de formas prateadas, trouxe uma nova abordagem à arquitetura e despertou a admiração mundial.

    O arquiteto foi um dos pioneiros a explorar o potencial do design assistido por computador, o que lhe permitiu criar obras impressionantes, como o Walt Disney Concert Hall em Los Angeles, concluído em 2003, e a Fundação Louis Vuitton em Paris, que abriu suas portas em 2014. Essas construções são frequentemente descritas como obras-primas, tanto pela ousadia em seus formatos quanto pela sua expressividade.

    O início da carreira de Gehry remonta a 1978, quando ele projetou sua própria casa em Santa Monica, uma construção que misturava materiais comuns e que parecia desafiar as normas arquitetônicas da época. Esse projeto inicial marcou sua ascensão no mundo da arquitetura e expressou as tensões sociais e políticas dos Estados Unidos dos anos 60.

    Gehry se distanciou de estilos tradicionais, buscando uma linguagem própria que representasse a desconstrução e a improvisação. Seus trabalhos nas décadas seguintes incluem casas com estética brutalista, que evocavam um sentimento de incompletude e desordem, refletindo a vida moderna. Ele se opôs ao que chamava de extrema formalidade dos estilos arquitetônicos vigentes, criando construções que pareciam mais como esculturas.

    O impacto de suas criações foi profundo e duradouro. O Guggenheim de Bilbao se tornou uma referência para o que é conhecido como “efeito Bilbao”, onde a arquitetura impressionante revitaliza áreas urbanas em decadência. Este museu atraiu milhões de visitantes desde sua abertura, mostrando que a arquitetura pode ser um motor econômico para cidades.

    Ao longo de sua carreira, Gehry foi constantemente desafiado por críticos e admiradores. Sua abordagem inovadora, que mesclava elementos esculturais e funcionais, gerou debates sobre a essência da arquitetura contemporânea. Embora muitas vezes rotulado como um “star-architect” devido à sua fama, seu trabalho buscava, segundo ele, democratizar o espaço urbano e torná-lo mais acessível.

    Nascido Ephraim Owen Goldberg em 28 de fevereiro de 1929, em Toronto, Canadá, Gehry teve uma infância marcada por dificuldades, mas também por experiências que moldaram sua visão criativa. Após mudar-se para Los Angeles na juventude, ele passou a se inspirar na diversidade e liberdade da cultura local, afastando-se dos padrões arquitetônicos tradicionais.

    A carreira de Gehry incluiu outros projetos emblemáticos, como o Danziger Studio e o Temporary Contemporary, que buscavam integrar a arte na vida cotidiana. Vários de seus projetos mais recentes, como a Fundação Luma em Arles, na França, refletem sua contínua busca por inovação, mesmo em sua idade avançada.

    Antes de falecer, Gehry estava trabalhando em vários novos projetos, incluindo uma loja de grande escala para a Louis Vuitton em Beverly Hills e uma nova sala de concertos em Los Angeles. Suas contribuições para a arquitetura e o design continuarão a influenciar e inspirar gerações futuras.

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