O ator, diretor e comentarista de carnaval Haroldo Costa faleceu neste sábado, aos 95 anos, após enfrentar problemas de saúde e internações recentes. Ele era um dos jurados do prêmio “Estandarte de Ouro”, uma premiação tradicional do carnaval carioca que já existe há 50 anos, promovida pelo jornal O Globo. Sua família confirmou a morte através das redes sociais, informando que em breve compartilharão detalhes sobre o velório e o sepultamento.
Haroldo Costa, que completou 95 anos no dia 13 de maio, sempre se destacou pela sua simpatia e carisma. Em uma postagem nas redes sociais sobre seu aniversário, ele refletiu: “Olha, eu estou fazendo 95 anos. Parece que pesa, né? Posso garantir que não pesa.”
Marcelo de Mello, presidente do júri do “Estandarte de Ouro”, destacou a trajetória de Haroldo, que desde a criação do prêmio em 1972 se tornou uma referência no carnaval e na cultura brasileira. Segundo ele, Haroldo conhecia profundamente a história das escolas de samba, contribuindo para sua construção por meio de livros, comentários em desfiles e promoção de eventos.
Haroldo já integrou o painel oficial de jurados dos desfiles organizados pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), mas se afastou da função em 1963, após se apaixonar pela escola Acadêmicos do Salgueiro. Essa paixão começou naquele mesmo ano, quando o Salgueiro apresentou o enredo “Chica da Silva”, que trouxe para o carnaval uma temática negra, marcada por uma ruptura dos enredos que normalmente abordavam a cultura europeia.
A escola Salgueiro prestou tributo a Haroldo nas redes sociais, chamando-o de um dos “maiores pilares” da agremiação. A escola expressou seu respeito e consternação, afirmando que Haroldo foi mais do que um intelectual; ele foi “memória viva”, um defensor do samba e da cultura afro-brasileira, ressaltando a importância de sua contribuição.
Haroldo era autor de obras importantes, como “Fala, Crioulo”, “Na Cadência do Samba” e “Salgueiro: Academia de Samba – 50 anos de glória”, nas quais eternizou a história do samba e suas raízes. Ele começou sua carreira na televisão nos anos 1950, atuando em teleteatros, e tornou-se um nome conhecido na cobertura do carnaval, aliando sua atuação como ator e diretor a um forte trabalho na promoção da cultura do samba.
Filho de um alfaiate e de uma dona de casa, Haroldo passou parte da infância em Maceió, onde teve seu primeiro contato com a cultura popular local. Ao retornar ao Rio de Janeiro, ele se destacou no Colégio Pedro II, participando ativamente do movimento estudantil. Sua carreira na televisão se consolidou em 1965, quando começou a trabalhar na Globo como diretor de musicais e ator. Ele também participou de programas icônicos, como os do apresentador Chacrinha.
Além de sua trajetória na televisão, Haroldo deixou um legado com seus livros sobre carnaval e cultura, o que lhe rendeu grande respeito no meio. A Liesa, em nota, expressou seu pesar pela perda de um profissional que dedicou toda a sua vida ao samba e ao carnaval. Em sua última entrevista, Haroldo expressou orgulho de sua geração, que continuava a criar e trabalhar com paixão.
A comunidade cultural e os admiradores do carnaval se despedem de Haroldo Costa, um verdadeiro ícone que sempre será lembrado por suas contribuições valiosas à cultura brasileira.
- Novas regras para viagens de avião com animais a partir de 2026 - dezembro 14, 2025
- Nascidos em 2009: veja quantos anos têm hoje - dezembro 14, 2025
- Os pinguins têm joelhos, mas eles são invisíveis. - dezembro 14, 2025

