O símbolo @ é conhecido mundialmente, mas sua história é bem mais longa do que a gente imagina. Ele está em uso há séculos, bem antes de se tornar um dos caracteres mais digitados, principalmente em e-mails. O primeiro registro desse símbolo foi em 1536, quando um comerciante italiano usou um “a” estilizado como uma abreviação de amafora. Esse termo se referia a uma unidade de medida de volume, parecida com uma jarra de barro grande. Além disso, escribas medievais também usaram o @ para representar “a uma taxa de”, facilitando cálculos de contabilidade.

    Com o crescimento do comércio global, os comerciantes passaram a usar o @ em suas anotações financeiras para indicar o preço por unidade. Por exemplo, se um comerciante escrevia “três barris @ cinco florins”, estava informando que cada barril custava cinco florins. Esse uso prático fez com que o símbolo continuasse relevante por séculos, mesmo enquanto estilos de escrita e moedas mudavam. Contudo, o público comum não costumava ver o @ fora de contabilidade ou máquinas de escrever.

    Essa situação mudou em 1971, quando o engenheiro de computadores Ray Tomlinson precisava criar um símbolo para separar o nome de usuário do computador que hospeda um e-mail. Ele precisava de um caractere que não fosse muito comum em nomes, mas que fosse conhecido em diferentes teclados. Tomlinson escolheu o @, que na época representava “localizado em”, como “usuario@computador”.

    Mais de cinco décadas depois, o símbolo @ se tornou essencial na comunicação digital, ajudando a roteirizar bilhões de mensagens e conectando nossas identidades em e-mails e plataformas sociais. Não é nada mal para um símbolo que começou como uma abreviação em um livro contábil do século XVI.

    E a história do @ não para por aí. Apesar de ser universalmente utilizado, não existe um nome aceito em todo o mundo para esse símbolo. Nos Estados Unidos, ele é conhecido como “at sign”, e, na terminologia da computação moderna, como “commercial at”, que anteriormente era chamado de “commercial ‘a’”.

    Em muitos países, os apelidos do símbolo são bem mais criativos. Por exemplo, os alemães o chamam de “klammeraffe”, que significa “macaco-aranha”, e “affenschwanz”, que traduzido seria “rabo de macaco”. O holandês também tem um nome semelhante, “apestaart”, que significa “rabo de macaco”. Já os poloneses se referem simplesmente a ele como “małpa”, que significa “macaco”.

    Outras culturas vêem diferentes animais nas curvas do símbolo. Na Dinamarca, ele é conhecido como “grisehale”, ou “rabo de porco”, e “snabel”, que significa “tronco de elefante”. Na Rússia, o símbolo é chamado de “sobachka”, que significa “cachorrinho”, e na Grécia é conhecido como “papaki”, que quer dizer “patinho”. Os italianos chamam de “chiocciola”, que significa “caracol”, enquanto os húngaros usam “kukac”, que significa “verme”.

    Assim, o @ não é apenas um caractere que usamos todos os dias. Ele é carregado de história e criatividade, simbolizando a evolução da comunicação ao longo do tempo. Por mais que tenha várias funções, seu papel na era digital é inegável, e ele permanece uma parte fundamental da nossa vida cotidiana.

    Com o passar dos anos, o símbolo se adaptou e se tornou indispensável, mostrando que, mesmo algo que começou como uma simples abreviação, pode se tornar uma ferramenta essencial em um mundo tão conectado. E isso mostra como as coisas podem mudar com o tempo, não é? Quem diria que algo usado em anotações de comerciantes há séculos se tornaria a base da nossa comunicação moderna?

    Então, da próxima vez que você usar o @, lembre-se de todo o caminho que esse símbolo percorreu até aqui. Ele representa muito mais do que apenas um caractere. É um reflexo da evolução da comunicação e do comércio, e um lembrete de como as ideias podem se transformar e se adaptar ao longo dos anos. E assim, o @ continua a facilitar nossas interações, unindo pessoas em todo o mundo em um simples clique.

    Jornalismo AdOnline

    Compromisso com a informação precisa e relevante, trazendo notícias apuradas com rigor jornalístico, ética e responsabilidade. Um jornalismo que busca sempre a verdade dos fatos.