Durante um evento realizado no Rio de Janeiro, o pesquisador Hugh Montgomery fez um alerta importante sobre as mudanças climáticas e as emissões de gases que afetam o planeta. Ele é diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London e um dos autores de um relatório recente sobre saúde e clima. Montgomery participou da abertura do Forecasting Healthy Futures Global Summit, uma conferência internacional que discute a relação entre saúde e questões climáticas. O Brasil foi escolhido para sediar o evento porque receberá a COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, prevista para novembro de 2025.

    Montgomery destacou que a Terra já está passando por uma extinção em massa, resultado da atividade humana. Ele ressaltou que essa extinção é a mais rápida que o planeta já enfrentou e que, se não forem tomadas medidas para reverter essa situação, as consequências podem ser devastadoras. O aumento da temperatura média do planeta está diretamente relacionado a esses problemas, e Montgomery alertou que, se a temperatura subir 3 graus Celsius acima dos níveis que existiam antes da Revolução Industrial, as consequências podem ser desastrosas para a biodiversidade. Até 2024, a temperatura já havia aumentado 1,5 °C, e as previsões indicam que esse número pode chegar a 2,7 °C até o final do século se as emissões de gases do efeito estufa forem mantidas no ritmo atual.

    Segundo Montgomery, as emissões de dióxido de carbono foram alarmantes no ano passado, alcançando 54,6 bilhões de toneladas, um aumento de quase 1% em relação ao ano anterior. Ele explicou que não se trata apenas de um aumento, mas de um aumento acelerado e preocupante. As consequências desse aquecimento global devem ser sentidas rapidamente. Montgomery afirmou que, se as temperaturas subirem entre 1,7 °C e 2,3 °C, isso pode desencadear o colapso das camadas de gelo no Ártico, o que teria impactos sérios no clima global em um período de 20 a 30 anos. Isso resultaria em uma elevação significativa do nível do mar, com consequências graves para diversas regiões do mundo.

    O pesquisador também mencionou o metano, um gás com um potencial de aquecimento 83 vezes maior que o dióxido de carbono, liberado principalmente na exploração de gás natural. Ele defendeu que é crucial tomar ações imediatas para combater a poluição, não apenas pela saúde do planeta, mas também pela saúde da economia global, que pode sofrer uma perda de 20% ao ano (cerca de 38 trilhões de dólares) a partir de 2049, caso as mudanças climáticas não sejam enfrentadas de forma eficaz.

    Por fim, Montgomery enfatizou a importância de pensar em adaptações às mudanças climáticas que já estão afetando a saúde das pessoas atualmente. No entanto, ele advertiu que isso não deve ser feito em detrimento da redução drástica e urgente das emissões de gases. O foco deve estar em buscar soluções eficazes para os problemas climáticos, e não apenas em lidar com os sintomas das mudanças.

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