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    Menino adolescente se comunicando com seus pais por videochamada usando sinais

    Algumas pessoas surdas continuam atuando em sinais mesmo enquanto dormem. Isso acontece por movimentos involuntários das mãos, parecendo que estão conversando. É parecido com falar dormindo, quando o cérebro ainda está ativo.

    No sono, os circuitos de linguagem e motoras do cérebro continuam funcionando, mas de forma inibida. Isso explica porque surdos fazem sinais enquanto dormem, assim como ouvintes podem falar. Estudos de 1935 mostraram que surdos faziam movimentos de sinais durante o sono.

    Esses estudos encontraram atividade nas mãos e braços deles, algo que não acontece com pessoas que ouvem. Portanto, a interpretação de sinais no sono é um fenômeno já observado há bastante tempo, mostrando a diferença entre surdos e ouvintes.

    Um caso famoso de 2017 envolve um homem surdo de 71 anos que apresentava um distúrbio de comportamento do sono REM. Durante esse período, ele fazia sinais tão claros que os pesquisadores conseguiram entender partes de seus sonhos.

    A conexão entre mente e corpo pode explicar outros comportamentos durante o sono, como cães que latem ou se movem em sonho. Até chimpanzés que aprenderam a linguagem de sinais foram vistos fazendo gestos enquanto dormiam, mostrando que essa habilidade está presente em várias espécies.

    Imagem de representativa

    Martha’s Vineyard tinha uma linguagem de sinais própria.

    No século 18 e 19, Martha’s Vineyard, em Massachusetts, tinha uma quantidade surpreendente de moradores surdos. No auge, cerca de um em cada 155 moradores era surdo de nascença, um índice bem maior que o da população geral dos Estados Unidos.

    Nos EUA, a média é de um em cada 5.700 pessoas que são surdas. Essa taxa elevada em Martha’s Vineyard é atribuída a uma forma hereditária de surdez, que vem de colonizadores de Kent, na Inglaterra.

    Para se comunicar, os moradores desenvolveram a Linguagem de Sinais de Martha’s Vineyard (MVSL), que se tornou uma linguagem completa. Até mesmo os ouvintes da ilha aprendiam a usar a MVSL diariamente, facilitando a comunicação na comunidade.

    Com o tempo, especialmente no final do século 19 e início do século 20, a MVSL foi sendo substituída pela Linguagem de Sinais Americana. Porém, essa linguagem só foi redescoberta na década de 1970, quando a antropóloga Nora Ellen Groce estudou a grande população surda na ilha e revelou essa linguagem novamente.

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