O ar-condicionado se tornou um item essencial para o conforto de residências, empresas e estabelecimentos comerciais em todo o Brasil. Com a popularização dos equipamentos, cresceu também a demanda por serviços de instalação.

    Mas surge uma dúvida importante: quem está realmente autorizado a realizar a instalação do ar-condicionado? Existe uma lei que regulamenta a atividade? O que considerar ao contratar um instalador?

    Este artigo responde a essas perguntas, esclarece pontos importantes da legislação e mostra por que escolher um profissional habilitado faz toda a diferença para a segurança e o funcionamento do seu aparelho.

    O que envolve a instalação do ar-condicionado?

    Instalar um ar-condicionado não é uma tarefa simples. O processo vai muito além de fixar a unidade na parede e ligar na tomada. Envolve:

    • Análise do local para escolha do melhor ponto de instalação;
    • Furação de paredes, passagem de tubulações e dutos;
    • Realização de conexões elétricas, hidráulicas e de gás refrigerante;
    • Vedação e isolamento térmico;
    • Testes de funcionamento, verificação de vazamentos e instruções de uso ao cliente.

    De acordo com um profissional especializado em serviços de ar-condicionado em Higienópolis, a instalação requer conhecimento técnico, experiência e uso de ferramentas adequadas.

    O que diz a lei sobre instalação de ar-condicionado no Brasil?

    A legislação brasileira não exige, em todos os casos, formação universitária específica para quem executa a instalação de ar-condicionado.

    No entanto, há normas técnicas e regulamentações que devem ser seguidas, especialmente em obras residenciais, edifícios comerciais e indústrias.

    1. Responsabilidade técnica e CREA/CONFEA

    Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) e os Conselhos Regionais (CREA), toda instalação de sistemas de climatização com potência superior a 60.000 BTUs/h (aproximadamente 5 TR) exige a presença de um responsável técnico registrado.

    Isso significa que projetos e instalações de grande porte, comuns em edifícios, shoppings, hospitais e grandes empresas, devem ter acompanhamento e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) assinada por engenheiro mecânico ou tecnólogo credenciado no CREA.

    Em residências, para equipamentos do tipo split, janela ou portáteis de menor capacidade, a lei não obriga, em regra, a emissão de ART.

    Porém, alguns edifícios residenciais ou condomínios podem exigir a presença de profissional habilitado e a apresentação de laudo técnico ou ART para garantir a segurança da instalação.

    2. Norma Técnica ABNT NBR 16401

    A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a NBR 16401, que estabelece critérios para projetos e execução de sistemas de ar-condicionado, incluindo procedimentos de instalação, manutenção e segurança.

    Seguir as recomendações da NBR 16401 é fundamental para evitar acidentes, garantir o desempenho do aparelho e a preservação da saúde dos ocupantes do ambiente.

    3. Qualificação profissional e cursos técnicos

    A lei permite que técnicos e instaladores formados em cursos profissionalizantes reconhecidos pelo MEC possam executar a instalação, desde que comprovem conhecimento prático e teórico.

    Muitas marcas de ar-condicionado oferecem treinamentos específicos, credenciam empresas parceiras e exigem atualização constante dos profissionais.

    Para atuar de maneira regular e evitar problemas legais, o ideal é que o instalador:

    • Possua certificado de curso técnico em refrigeração, elétrica ou áreas correlatas;
    • Seja cadastrado em empresas credenciadas pelos principais fabricantes;
    • Siga as normas da ABNT e recomendações do fabricante do aparelho;
    • Forneça nota fiscal do serviço, quando solicitado.

    Riscos de contratar instaladores não habilitados

    O barato pode sair caro quando se trata de instalação de ar-condicionado. Contratar pessoas sem capacitação pode gerar:

    • Danos ao equipamento, perda de garantia e vida útil reduzida;
    • Riscos de choque elétrico, vazamento de gás, incêndios ou infiltrações;
    • Instalação inadequada que prejudica a eficiência e aumenta o consumo de energia;
    • Problemas estruturais em paredes, janelas e fachadas do imóvel;
    • Dificuldade para acionar a garantia do fabricante em caso de falha.

    Vale ressaltar que, em condomínios, a instalação mal feita pode gerar multas e a obrigação de refazer todo o serviço conforme o regimento interno.

    Instalação em condomínios: regras adicionais

    Muitos edifícios e condomínios têm regras próprias para instalação de ar-condicionado, visando preservar a estética, evitar sobrecarga elétrica e garantir a segurança coletiva.

    Alguns pontos importantes:

    • Exigência de apresentação de ART ou laudo técnico;
    • Proibição de instalação em fachadas voltadas para a rua;
    • Horários restritos para execução de obras;
    • Necessidade de aprovação prévia da administração;
    • Padrões para passagem de tubulação e descarte de água.

    Antes de iniciar qualquer serviço, consulte sempre o regimento do condomínio e busque orientação técnica.

    Dicas para contratar um instalador de confiança

    • Solicite comprovantes de formação técnica e certificados;
    • Peça referências e verifique avaliações online de outros clientes;
    • Dê preferência a empresas credenciadas pelos fabricantes de ar-condicionado;
    • Exija orçamento detalhado, com etapas do serviço e materiais utilizados;
    • Verifique se o profissional segue as normas técnicas e utiliza equipamentos de proteção.

    Lembre-se: o investimento em uma instalação segura e correta previne problemas futuros e garante o conforto do ambiente climatizado.

    Considerações finais

    A instalação de ar-condicionado deve ser feita por profissionais qualificados, que sigam as normas técnicas e, em casos de projetos maiores, contem com responsabilidade técnica registrada junto ao CREA.

    Além de atender à lei, essa escolha traz mais segurança, eficiência e tranquilidade para quem deseja um ambiente climatizado com qualidade e durabilidade.

    Antes de contratar, informe-se, peça referências e não abra mão de um serviço realizado com responsabilidade — a diferença aparece não só na performance do aparelho, mas também na sua tranquilidade.

    Rafaela Madureira Leme

    Graduada em Computação pela UFRJ, Rafaela Madureira Leme atua como redatora sênior no AdOnline.com.br aos 25 anos. Dev frontend e entusiasta de UX, traz sua experiência em design e programação para o conteúdo digital.