Na última quarta-feira, dia 10, a novela “Três Graças” trouxe um momento marcante com o primeiro beijo entre as personagens Juquinha e Lorena, interpretadas por Alanis Guillen e Gabriela Medvedovsky. O beijo, que ocorreu ao som da música “Relicário”, regravada por Anavitória e famosa na voz de Cássia Eller, gerou uma onda de reações nas redes sociais, tornando-se um dos assuntos mais comentados na plataforma X.
Chamada de “Selinho Loquinha”, uma combinação dos nomes das protagonistas, a cena foi celebrada por fãs, que pedem por mais momentos de carinho entre o casal. Os vídeos dessa interação, compartilhados pela Globo, somam milhares de curtidas e demonstram a popularidade de Juquinha e Lorena, que já estão entre os favoritos da trama segundo dados de pesquisa online.
Embora beijos entre mulheres na televisão não sejam uma novidade, a maneira como essa cena foi apresentada surpreendeu o público. Em vez de recorrer a uma construção clichê, com longos momentos de tensão antes do beijo, a novela mostrou as personagens se envolvendo de uma forma mais direta e espontânea. Isso contrasta com a abordagem comum em histórias de casais homoafetivos, onde os personagens frequentemente enfrentam uma batalha contra o preconceito e a discriminação.
Na narrativa, Juquinha atua como uma investigadora e está envolvida em uma trama de desmantelamento de um esquema ilegal de falsificação de remédios, chefiado pelo pai de Lorena, o empresário Ferette. Embora a relação das duas esteja em desenvolvimento de forma positiva, há indícios de que seu relacionamento poderá gerar conflitos no futuro, especialmente entre Lorena e seu pai.
O destaque dado ao romance de Juquinha e Lorena é notável, mesmo sendo personagens secundários. Juquinha, por exemplo, revive uma investigação sobre a morte do tio de Lorena, que é um ponto importante para a evolução da história. A conexão entre as duas atraiu a atenção até de fãs em outros países, com cenas da novela sendo discutidas por comunidades que valorizam a representação de relacionamentos entre mulheres.
Vale lembrar que a inclusão de um casal lésbico em horário nobre surge em um momento delicado para a emissora. Recentemente, a Globo enfrentou críticas por censurar beijos entre pessoas do mesmo sexo em outras produções, em razão de pressões de um público mais conservador, especialmente em um cenário onde a população evangélica tem crescido.
Nas produções exclusivas para sua plataforma de streaming, a Globo vem apostando em histórias com mais representatividade, trazendo casais femininos de forma ousada, como visto em “Guerreiros do Sol” e “Vermelho Sangue”. A emissora tem utilizado as redes sociais de maneira ativa, promovendo o relacionamento de Lorena e Juquinha com mensagens que celebram a relação.
Historicamente, a representação de relacionamentos entre mulheres é escassa em novelas brasileiras. Momentos marcantes, como o casal Glorinha e Roberta em “O Rebu” (1974) e Cecília e Laís em “Vale Tudo” (1988), resultaram em desfechos trágicos, o que acabou criando um estigma sobre essas histórias na TV. Nos últimos anos, um beijo entre Clara e Marina em “Em Família” (2014) foi um marco ao se tornar o primeiro beijo lésbico de forma intencional em uma novela das 20h.
Entretanto, nem tudo foram avanços. Episódios depois, o beijo entre Fernanda Montenegro e Nathália Timberg em “Babilônia” (2015) desencadeou críticas e censura, evidenciando a resistência de parte do público a essa representação. O retorno robusto de Juquinha e Lorena em “Três Graças” simboliza um passo positivo na busca por uma narrativa mais inclusiva na televisão brasileira, empolgando tanto fãs quanto o autor da novela, Aguinaldo Silva, que expressou o desejo de retratar um casal lésbico de maneira significativa.
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