À medida que o fim do ano se aproxima, cresce a expectativa pelas férias, mas nem sempre isso se traduz em pausa real. Para a psicologia, esse comportamento é frequente e está ligado a aspectos emocionais, culturais e financeiros. Entre eles estão o receio de ser visto como alguém que produz menos, a sensação de culpa por se afastar do trabalho e a dificuldade de se desconectar em uma sociedade que valoriza a entrega contínua.
Em um contexto em que dedicação ininterrupta ainda é confundida com competência, tirar alguns dias de descanso pode ser interpretado como falta de comprometimento. A cultura do desempenho intenso faz com que muitos temam “ficar para trás” ou perder oportunidades quando se afastam da rotina profissional. Esse sentimento costuma se acentuar nos meses finais do ano, marcados por metas, fechamentos e cobranças.
O lado financeiro também pesa. Dezembro costuma concentrar despesas extras, o que empurra férias e viagens para depois. Muitos optam por fazer horas adicionais, buscar rendimentos extras ou priorizar metas corporativas. Embora pareça vantajoso no curto prazo, o acúmulo de cansaço e a ausência de pausas impactam diretamente o bem-estar e aumentam o risco de exaustão emocional.
Dados da ISMA-BR (International Stress Management Association) mostram que o Brasil está entre os países com maiores índices de estresse. Cerca de 70% dos trabalhadores relatam sintomas de fadiga intensa. Apesar disso, o descanso ainda é tratado como luxo e não como uma necessidade fisiológica. Como explica a psicóloga organizacional Fernanda Melo, “vivemos em uma cultura que recompensa a atividade constante. Parar assusta porque envolve abrir mão do controle, e muitas pessoas não sabem lidar com essa sensação”.
Transformar o descanso em prioridade
Especialistas em comportamento e planejamento financeiro defendem que as férias devem ser encaradas como parte do investimento pessoal. Com organização ao longo do ano, é possível viabilizar o descanso sem comprometer o orçamento. Uma das alternativas é utilizar recursos sazonais, antecipar pagamentos com precatórios, como restituições, 13º salário, bônus ou pagamentos retroativos, destinando parte deles para uma reserva voltada ao lazer.
Outra possibilidade é utilizar aplicações de curto prazo, como CDBs de liquidez diária, fundos conservadores ou títulos públicos. Assim, o valor para viajar ou descansar se forma gradualmente, deixando de ser visto como gasto e passando a integrar o planejamento de vida.
A importância da pausa para a saúde mental
Férias não representam apenas lazer. São um mecanismo para restaurar equilíbrio cognitivo e emocional. Pausas reduzem o estresse, ampliam a capacidade de foco e estimulam a criatividade. Ignorar essa necessidade provoca queda de rendimento, irritabilidade e sinais contínuos de cansaço.
Encerrar o ciclo anual com descanso é uma escolha estratégica. Quando o tempo livre é planejado e valorizado, ele deixa de parecer um luxo e passa a ser parte indispensável de uma rotina mais saudável e sustentável.
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