A partir do dia 9 de abril de 2025, os Estados Unidos vão aumentar as tarifas sobre os produtos que importam da China. Com essa nova medida, as tarifas totais para produtos chineses passarão de 34% para 104%. Essa decisão dos EUA foi tomada porque a China não retirou sua própria taxa de 34% sobre as importações americanas.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia estabelecido um prazo até as 13h do dia 8 de abril para que a China voltasse atrás em suas tarifas. Como isso não ocorreu, o governo americano decidiu aumentar a tarifa existente em 50%. Com isso, a sobrecarga tributária sobre os produtos chineses subiu para 104%.

    A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou a jornalistas que essa nova tarifa entraria diretamente em vigor no dia 9 de abril. Ela também alertou que outros países que decidirem retaliar as ações dos Estados Unidos estariam cometendo um erro.

    Apesar dessa postura firme, Trump indicou que outros países estão buscando diálogo para negociar sobre taxas de importação, como o Japão, por exemplo. No início de abril, o presidente anunciou tarifas novas para 185 países, incluindo o Brasil, com um percentual inicial de 10%.

    Karoline Leavitt esclareceu que não há contradição entre a posição de não querer negociar e a abertura ao diálogo, ressaltando que o presidente Trump está disposto a conversar com líderes de outros países sobre suas propostas.

    A China, por sua vez, respondeu às novas tarifas dizendo que lutará “até o fim” contra o que chama de “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos. O Ministério do Comércio da China criticou as ações dos EUA, alegando que essas tarifas são um ato de bullying econômico. A embaixada da China nos EUA até compartilhou um vídeo do ex-presidente Ronald Reagan, que, em 1987, fez uma crítica contra tarifas sobre produtos estrangeiros, afirmando que elas podem ter eficácia, mas são temporárias.

    Esse aumento das tarifas de 104% representa uma intensificação na guerra comercial entre os dois países. Embora a China não seja o maior parceiro comercial dos Estados Unidos atualmente, ela é um importante centro de produção para empresas de tecnologia, como a Apple e a Amazon, principalmente devido ao custo menor da mão de obra e taxas mais baixas para a importação de peças. Com as novas tarifas, as fabricantes, como a Apple, podem enfrentar dificuldades para produzir seus produtos na China sem aumentar os preços para os consumidores.

    Quando questionado sobre o impacto dessas tarifas em smartphones, o governo Trump expressou a expectativa de que as fábricas responsáveis pela produção de peças migrassem para os Estados Unidos.

    Além disso, essa escalada nas tensões comerciais ocorre em um momento crítico para a economia global. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a continuidade de guerras comerciais pode reduzir o crescimento econômico mundial em até 0,5% nos próximos dois anos. Essa situação mostra que as consequências das tarifas não afetam apenas as relações comerciais entre China e Estados Unidos, mas também têm potencial para impactar a economia em âmbito global.

    Jornalismo AdOnline

    Compromisso com a informação precisa e relevante, trazendo notícias apuradas com rigor jornalístico, ética e responsabilidade. Um jornalismo que busca sempre a verdade dos fatos.