Na manhã da última terça-feira, 29 de abril de 2025, várias centrais sindicais, incluindo a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), organizaram um ato em Brasília para apresentar suas demandas trabalhistas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao presidente da Câmara, Hugo Motta. Esta mobilização ocorreu a apenas dois dias do Dia do Trabalhador, celebrado no primeiro de maio.
Os manifestantes se reuniram no estacionamento do Teatro Nacional a partir das 8h e caminharam em direção ao Congresso Nacional. Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estão:
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Fim da jornada de trabalho 6×1 – a proposta é substituir essa escala por uma que garanta quatro dias de trabalho seguidos de três dias de descanso.
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Apoio ao Judiciário – eles pedem que o Supremo Tribunal Federal conclua o julgamento sobre a legalidade do desconto de até 14% nas aposentadorias dos servidores, que eles consideram um confisco.
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Direito à negociação coletiva – há uma cobrança pela regulamentação da Convenção 151 da OIT, que assegura a negociação coletiva para os trabalhadores do setor público.
- Combate à precarização e ao assédio moral – os sindicalistas buscam mais proteção para os trabalhadores em relação a condições de trabalho inadequadas.
Muitos manifestantes vieram de diferentes regiões, incluindo um grupo que se deslocou de São Paulo. Durante o ato, a aposentada Josefa Laurindo Silva, de 85 anos, compartilhou sua longa trajetória em manifestações sindicais, ressaltando a importância de buscar direitos e melhorias para o país.
Os organizadores do ato pretendem entregar um documento com suas demandas diretamente ao presidente Lula, que se comprometeu a se reunir com as centrais sindicais às 15h, no Palácio do Planalto. Essa reunião é vista como uma continuação da Pauta da Classe Trabalhadora, que foi aprovada em uma conferência realizada em abril de 2022, antes da candidatura de Lula à presidência.
Além disso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/25, que visa alterar a jornada de trabalho, foi protocolada na Câmara dos Deputados em fevereiro deste ano por representantes da base governista. Essa proposta busca não apenas mudar a carga de trabalho, mas também garantir um descanso mais equilibrado.
O projeto estabelece uma carga semanal de até 36 horas, mantendo o limite de 8 horas por dia, que é inferior às 44 horas previstas atualmente na Constituição. Esse tema deverá ser analisado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania antes de seguir para votação.
O líder do governo, José Guimarães, promete mobilização para garantir a aprovação da PEC, ressaltando que é um assunto relevante para todos os trabalhadores. Lula já expressou publicamente sua preferência por “jornadas de trabalho mais equilibradas”, mas ele também deseja discutir alternativas e analisar o impacto potencial da proposta na economia e no mercado de trabalho.
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