O programa de podcast da psicanalista e escritora Vera Iaconelli, que começou em agosto, busca entender as referências de família de seus convidados. Com a pergunta “Qual é a sua referência de família?”, Iaconelli inicia conversas que frequentemente exploram as complexidades do convívio familiar.
Ela destaca que a família não é simplesmente um grupo de amigos ou um clube por afinidade, mas um espaço onde a diversidade pode ser tanto um desafio quanto uma beleza. Essa diversidade exige das pessoas habilidades de tolerância e aceitação das diferenças. Para ela, é importante “baixar as expectativas”, especialmente durante as festas de fim de ano, como o Natal. Segundo Vera, essas celebrações muitas vezes criam ideias idealizadas de momentos perfeitos, mas as famílias continuam sendo as mesmas, independentemente da ocasião.
Iaconelli observa que muitas vezes, o convívio familiar pode gerar mais tensões do que alegrias, especialmente em datas comemorativas. Eventos como divórcios, mortes e diferenças políticas podem resultar em conflitos. Ela alerta que o cenário atual de polarização política e as tensões sociais, intensificadas pelas redes sociais, têm gerado rupturas nas relações familiares.
O impacto das comemorações de fim de ano na saúde mental também é um tema abordado. Muitas pessoas enfrentam aumento de doenças emocionais nesse período, pois é uma época de reflexão sobre as dinâmicas familiares. A psicanalista sugere que, para lidar com esse estresse, é vital compreender o propósito de participar de reuniões familiares: “Você está indo para marcar sua posição e provar que está certo? Melhor não sair de casa”, recomenda.
A conversa se estende para outros arranjos familiares que têm surgido ao longo do tempo, onde o cuidado e a responsabilidade ocupam o centro das relações, independentemente das tradições. Iaconelli sugere que isso pode ser uma resposta ao reconhecimento de que as relações familiares tradicionais nem sempre funcionam para todos.
Além da dinâmica familiar, Vera fala sobre a exposição constante nas redes sociais, enfatizando que a interação digital deve ser vista como trabalho. Essa relação pode ser prejudicial, especialmente quando a vida social real é preterida em favor das interações online. Ela sugere que as pessoas devem estabelecer limites claros para o uso das redes sociais, equilibrando a vida digital com as conexões reais.
Por fim, a discussão gira em torno da necessidade de os homens se posicionarem contra a cultura do machismo, especialmente em um contexto de crescente violência contra as mulheres e feminicídios. Vera alerta que não basta apenas não ser machista; é essencial ser ativo no combate a essa mentalidade. Ao encerrar a conversa, ela deixa claro que a discussão sobre masculinidade saudável e igualitária é fundamental para o futuro das relações familiares e sociais.
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