O senador americano Chris Van Hollen, do Partido Democrata, fez uma viagem a El Salvador no dia 16 de abril de 2025. O motivo de sua visita era tentar garantir a libertação de Kilmar Abrego Garcia, um homem que foi deportado ilegalmente dos Estados Unidos. Essa deportação ocorreu durante o governo do ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano.

    Durante sua visita, Van Hollen se encontrou com Félix Ulloa, o vice-presidente de El Salvador. No entanto, ele não conseguiu visitar Abrego Garcia, que está detido em uma prisão de segurança máxima. O senador questionou por que o governo salvadorenho mantém Abrego Garcia preso, já que ele não cometeu nenhum crime, apenas foi deportado de forma ilegal, segundo decisões de tribunais nos Estados Unidos. Van Hollen também ressaltou que as autoridades de El Salvador não encontraram provas de que Abrego Garcia teria qualquer ligação com a gangue MS-13, que se formou em Los Angeles nos anos 80.

    O caso de Abrego Garcia é emblemático na discussão sobre as políticas de deportação em massa adotadas por Trump. Apesar de uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos ter determinado que Abrego Garcia deve ser reintegrado ao país devido à sua deportação ilegal, o ex-presidente Trump se recusa a tomar as medidas necessárias para fazer isso acontecer.

    Na mesma semana da visita de Van Hollen, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, afirmou que não tem planos de libertar ou devolver Abrego Garcia. Bukele mantém uma relação próxima com Trump, o que pode influenciar sua postura sobre o caso.

    O governo americano classificou Abrego Garcia como um “terrorista” e membro da gangue MS-13, baseando-se em um processo de imigração de 2019. Contudo, a juíza federal Paula Xinis, que determinou que ele deveria ser trazido de volta aos Estados Unidos, alegou que as provas de sua vinculação a gangues eram muito frágeis, consistindo em uma denúncia anônima e no fato de ele usar roupas do time de basquete Chicago Bulls.

    Advogados do governo americano reconheceram que a deportação de Abrego Garcia foi feita de forma ilegal, uma vez que um juiz de imigração já havia determinado, em 2019, que ele apresentava um temor legítimo de perseguição em El Salvador, o que impossibilitaria sua deportação.

    No dia 15 de abril, a juíza Xinis anunciou que seu tribunal iniciaria uma investigação aprofundada sobre as tentativas do governo Trump de efetuar a deportação. Ela afirmou que estava buscando seguir a determinação da Suprema Corte de maneira rigorosa, dando ênfase à busca pela verdade nos fatos.

    Enquanto os democratas se preparam para mais visitas a El Salvador, alguns congressistas republicanos também estão viajando ao país para demonstrar apoio às políticas de deportação de Trump. Um dos deputados, Riley Moore, publicou em suas redes sociais fotos dele ao lado de detentos em uma grande prisão chamada CECOT, expressando sua determinação em apoiar os esforços de Trump para “proteger” os Estados Unidos.

    A disputa sobre o caso de Abrego Garcia acontece em um contexto de controvérsia sobre as políticas de imigração, que foram uma parte importante da campanha de Trump. Esse caso é visto como um teste significativo sobre os limites do poder executivo em questões de imigração e a necessidade de respeitar as decisões da Justiça.

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