O Ministério da Agricultura e Pecuária, conhecido como Mapa, trouxe boas notícias para o setor avícola brasileiro. Nesta terça-feira, 24 de junho, 17 países decidiram suspender as restrições que tinham imposto à importação de carne de aves do Brasil. Isso aconteceu logo após a confirmação de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul.

    Entre os países que voltaram a aceitar a carne brasileira estão a Argélia, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Egito, El Salvador, Iraque, Japão, Lesoto, Líbia, Marrocos, Mianmar, Montenegro, Paraguai, República Dominicana, Sri Lanka, Vanuatu e Vietnã.

    Como a gripe aviária afeta o comércio internacional de carne de aves?

    Quando um caso de gripe aviária é detectado, é normal que muitos países reajam rapidamente. A primeira medida, geralmente, é suspender a importação de carne de aves do Brasil, tanto a nível nacional quanto, às vezes, regional. Essa ação faz parte de um esforço para garantir a segurança da saúde pública e a proteção dos rebanhos locais. Quem trabalha no setor sabe que isso pode causar um verdadeiro efeito dominó: as exportações caem, e produtores, frigoríficos e toda a cadeia produtiva podem ser severamente impactados.

    Mas nem tudo está perdido. Com a implementação de medidas sanitárias rigorosas e a transparência nas informações, o Brasil conseguiu reverter muitas dessas restrições. Em janeiro de 2025, já eram 17 países liberando novamente as importações, o que demonstra a confiança que eles têm na capacidade do Brasil de controlar a situação.

    Como a gripe aviária afeta o comércio:

    • Suspensão das Importações: Quando um surto é identificado, países importadores, como China, União Europeia e Japão, seguem acordos sanitários internacionais e suspendem a compra de carne de aves. Isso pode abranger o país inteiro ou apenas a região afetada.
    • Perdas Financeiras: Essas suspensões podem causar perdas significativas, muitas vezes na casa dos milhões ou bilhões, além de gerar acúmulo de estoque e necessidade de rever contratos internacionais.
    • Regionalização: Para contornar os danos, o Brasil busca acordos que permitam restringir as importações apenas às áreas afetadas. O Mapa tem trabalhado para que essa proposta seja aceita, e alguns países, como Japão e Coreia do Sul, já concordaram.
    • Confiança do Mercado: Surtos de gripe aviária podem minar a confiança internacional na produção avícola brasileira, exigindo um esforço extra para restaurar essa imagem.
    • Medidas de Controle e Prevenção: O Brasil adota várias práticas para mitigar riscos e retomar as exportações, como:
      • Vigilância ativa: Monitoramento continuado de aves, especialmente perto de rotas de migração.
      • Biosseguridade: Protocolos para evitar o contato entre aves domésticas e silvestres.
      • Controle de trânsito: Restrições ao deslocamento de aves e produtos em regiões de risco.
      • Sacrifício de aves: Em caso de foco confirmado, as aves doentes são sacrificadas e as instalações são desinfectadas.
      • Comunicação transparente: Informa rapidamente a OMSA e os parceiros sobre a situação e as medidas adotadas.

    Quais países já retomaram a importação de carne de aves do Brasil?

    Após a estabilização da situação sanitária, países como Argélia, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Egito e Japão já retomaram as importações. Isso é crucial para ajudar o setor avícola a se manter ativo e gerar receita.

    • Vale lembrar que alguns lugares, como Catar e Emirados Árabes, ainda mantêm restrições em relação a produtos de determinadas áreas.
    • Por outro lado, a União Europeia e mais 14 países ainda têm embargo total.
    • Outras nações restringem importações de produtos somente do Rio Grande do Sul.

    Quais são os riscos para a saúde?

    A gripe aviária é uma doença que, embora afete principalmente aves, também pode se manifestar em mamíferos, embora isso seja raro. A transmissão se dá pelo contato com aves doentes ou materiais contaminados. É importante ressaltar que, segundo o Mapa, o consumo de carne de aves e ovos é seguro desde que bem cozidos. As autoridades de saúde aconselham a cautela e o respeito às medidas preventivas.

    Quais medidas o Brasil adotou para retomar as exportações?

    Para garantir a saúde animal e a confiança dos mercados internacionais, o Brasil colocou em prática várias ações:

    1. Isolamento e desinfecção imediata da granja afetada.
    2. Monitoramento rigoroso de propriedades avícolas nas áreas próximas.
    3. Comunicação aberta com organismos internacionais e países compradores.
    4. Adoção de protocolos de biossegurança em todo o setor.

    Esses passos têm ajudado a restabelecer gradualmente o acesso aos mercados externos. O Brasil segue alerta aos requisitos sanitários globais, mantendo um diálogo contínuo com seus parceiros comerciais. A retomada das exportações é um sinal de que a cooperação internacional e o cumprimento de normas rigorosas são fundamentais para a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor.

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