Muitas vezes, as casas em condomínios, com aquelas janelas enormes e fachadas minimalistas, podem dar a impressão de serem pensadas para você. Mas, na prática, será que são mais do que apenas um charme para impressionar os vizinhos? A arquiteta Aline Lobo, com mais de 20 anos de experiência, traz esse questionamento à tona. Formada em Arquitetura e Urbanismo, Aline também compartilha ideias e reflexões sobre o tema nas redes sociais, como no Instagram e Threads (@alineloboarquiteturas).
Vamos conversar sobre o que está por trás do design dessas casas que aparecem tão bem nas fotos, mas que podem não entregar o conforto e funcionalidade que prometem.
Por que janelas gigantes não oferecem conforto?
Aline Lobo chama a atenção para um detalhe importante: mesmo que as janelas grandes prometam mais luz e uma melhor conexão com o que está do lado de fora, a realidade é um pouco diferente. Muitas vezes, para manter a privacidade, acabamos cobrindo essas janelas com cortinas. Isso faz com que a luz natural se perca e a vista desapareça. A sensação de bem-estar que deveríamos sentir com a luz do sol e a visão do nosso entorno pode simplesmente não acontecer, deixando o ambiente bem menos acolhedor.
Se você já teve que colocar cortinas grossas nas janelas da sua casa, sabe bem do que estamos falando. A privacidade se torna prioridade e, no processo, a proposta de um lar aberto e iluminado acaba sendo anulada.
Fachadas minimalistas: beleza ou falta de identidade?
Aline também levanta uma questão sobre fachadas que são extremamente minimalistas. Para ela, casas sem adornos e com aparência muito similar podem transmitir uma sensação de falta de personalidade, como se não contassem nenhuma história. O minimalismo excessivo pode tornar os espaços ao nosso redor sem vida e desinteressantes.
Imagina viver em um lugar onde todas as casas parecem uma cópia da outra. Isso pode fazer com que a sensação de lar e pertencimento se perca. Cada casa deveria refletir a identidade de quem vive ali, com elementos que tragam calor e acolhimento.
Aline Lobo: conectando as pessoas ao seu espaço
A proposta de Aline Lobo é transformar a relação entre moradores e seus lares. Ela defende que a arquiteta deve olhar para as necessidades reais das pessoas, criando projetos que considerem tanto a estética quanto a funcionalidade. Ao segui-la nas redes sociais, você encontra dicas e inspirações que fogem do padrão, sempre com foco em conforto, funcionalidade e a verdadeira identidade de cada espaço.
E a sustentabilidade? Como isso entra nos projetos?
Outro ponto importante é a questão da sustentabilidade. Aline nos faz refletir: será que essas grandes janelas e fachadas lisas realmente ajudam a regular a temperatura do ambiente, ou só aumentam o consumo de energia? As normas brasileiras de construção, como as do IBAPE, ressaltam que um bom design deve cuidar da ventilação e do aproveitamento de luz natural. Quando as cortinas estão sempre baixadas, perdemos não apenas a conexão com o exterior mas também o controle sobre a entrada de luz e a circulação de ar. E isso pode resultar em um aumento no uso do ar-condicionado, o que definitivamente não é uma postura sustentável.
O que diz a legislação sobre iluminação natural e privacidade?
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) tem suas diretrizes nesse sentido. Ele incentiva projetos que equilibrem a iluminação natural sem expor totalmente os moradores. Uma boa solução pode ser integrar elementos como brises ou persianas que permitem entrar a luz sem sacrificar a privacidade. Quando uma casa tem janelas apenas para mostrar, mas não cumpre a função que deveria, a experiência de morar ali fica prejudicada.
Como escolher um projeto que una identidade, privacidade e conforto?
Quando for escolher seu lar, opte por fachadas que contem histórias — que tenham materiais, texturas e cores que te combinem. Busque por aberturas que deixem a luz entrar, mas que permitam um controle sobre isso. O importante é fazer um projeto que não seja apenas bonito para a foto, mas que funcione de verdade para o dia a dia e que te faça sentir bem.
Saber que a casa deve ser um reflexo de quem a habita é essencial. Afinal, a Arquitetura moderna deve funcionar para você, promovendo soluções que dialoguem com sua rotina real.
E se ainda sobrar dúvida sobre estilo e funcionalidade?
Se ao entrar em sua casa você se sente como se estivesse dentro de uma vitrine, talvez seja hora de repensar o projeto. Pergunte-se: “A casa permite que eu viva livremente, ou eu tenho que esconder tudo?” Isso pode afetar muito a forma como você se relaciona com o espaço.
A mensagem de Aline é um convite para refletir sobre a arquitetura voltada apenas para impressões e escolher projetos que valorizem seu conforto e qualidade de vida.
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