O Brasil possui uma participação pequena nas importações realizadas pelos Estados Unidos. Em 2024, apenas 1,3% das compras norte-americanas foram de produtos brasileiros. Essa porcentagem é muito inferior à de outros países. Por exemplo, o México responde por 15,5% das importações dos EUA, a China por 13,4% e o Canadá por 12,6%. Juntas, essas três nações representam 41,5% do total de importações norte-americanas.
Economistas acreditam que, se o Brasil tivesse tarifas menores para seus produtos, poderia aumentar essa participação. Isso seria possível em parte devido ao aumento das tarifas implementadas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que ficou conhecido como “tarifaço”. Atualmente, o Brasil paga uma tarifa de 10% sobre seus produtos exportados para os Estados Unidos, que é a menor taxa imposta dentre 60 outros países, que têm alíquotas mais altas. Especialistas argumentam que essa taxa reduzida poderia oferecer uma vantagem competitiva ao Brasil no mercado americano.
O impacto das tarifas sobre as exportações brasileiras é um tema de debate. Um economista mencionou que, se o Brasil conseguisse dobrar sua participação nas importações dos EUA, isso representaria um grande avanço. Os dados mostram que, em 2024, os Estados Unidos importaram US$ 42,3 bilhões em produtos brasileiros, enquanto as importações dos EUA do México, China e Canadá somaram US$ 1,36 trilhão.
Por outro lado, o governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, adotou uma postura mais cautelosa em relação às medidas de Trump. O governo defende o multilateralismo e critica as tarifas protecionistas dos EUA. Lula afirmou que o Brasil se oporá a qualquer tentativa de impor essas restrições e que tais ações não têm espaço no mundo atual. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços também se posicionou contra as tarifas, alegando que elas violam compromissos internacionais da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Além disso, Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), expressou que não vê benefícios para o Brasil com essa nova política tarifária.
É importante ressaltar que os Estados Unidos são a segunda maior origem das importações brasileiras, representando 15,46% do total, ficando atrás apenas da China, que possui 24,2%. As importações dos EUA para o Brasil somaram US$ 40,7 bilhões.
Essas informações refletem a complexidade das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, mostrando tanto as oportunidades quanto os desafios que o país enfrenta para aumentar suas exportações.
