O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, fez um alerta ao presidente da Casa, Hugo Motta, pedindo a inclusão imediata na pauta de um projeto de lei que propõe a anistia para pessoas condenadas por ações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro, quando ocorreu a invasão do Congresso Nacional. Durante uma sessão da Câmara na quarta-feira, 23 de abril de 2025, Cavalcante se dirigiu ao deputado Elmar Nascimento, que estava presidindo a sessão, e pediu que ele enviasse uma mensagem a Motta sobre a urgência desse projeto.
Sóstenes deixou claro que, caso o requerimento para discutir o projeto de anistia não fosse colocado na pauta do colégio de líderes na quinta-feira, 24 de abril, o PL interpretaria isso como uma falta de respeito e consideração por parte de Motta, especialmente considerando que o PL foi um dos primeiros partidos a apoiá-lo em sua eleição para a presidência da Câmara.
Cavalcante, que também é o autor do projeto de lei de anistia, ressaltou que “tudo na política tem limite”. Ele observou que, em 14 de abril, protocolou o pedido de urgência e conseguiu reunir 264 assinaturas de apoio. No entanto, em uma declaração feita na mesma quarta-feira, Hugo Motta havia afirmado que priorizaria um projeto que isentava o Imposto de Renda para quem recebesse até R$ 5.000 mensais, colocando a proposta de anistia em segundo plano.
Motta também comentou que a Câmara não deveria criar mais crises, especialmente em um momento delicado da política internacional. Ele afirmou estar em diálogo com outros líderes partidários para tratar do assunto.
Na noite de 23 de abril, Hugo Motta participou de um jantar na residência oficial do presidente da Câmara com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes partidários. Embora a reunião tivesse como objetivo discutir o projeto de anistia, essa questão acabou não sendo o foco principal. Lula expressou sua oposição a qualquer forma de perdão a pessoas que ainda não foram condenadas por ações relacionadas aos eventos de janeiro. Sóstenes Cavalcante não esteve presente nesse jantar.
Em seu discurso na sessão de quarta-feira, Cavalcante lembrou que o PL foi um dos primeiros aliados de Hugo Motta e que, apesar de respeitar as solicitações feitas por Motta para que os líderes não assinassem o pedido de urgência, ele agora considera que esse tempo de espera acabou. Ele ressaltou: “Amanhã, se não houver uma resposta sobre a urgência da anistia, o PL entenderá que o limite chegou na nossa relação política com o presidente Hugo Motta.”
Cavalcante finalizou seu pronunciamento afirmando que está claro para o PL que temurações precisam ser respeitadas e que a postura do presidente Hugo Motta em relação a essa pauta poderá influenciar o futuro da relação entre o partido e a presidência da Câmara.