Um grupo de funcionários da Tesla decidiu falar abertamente sobre a crise que a empresa vem enfrentando. Recentemente, as vendas, que já estavam em queda, se tornaram um assunto preocupante dentro da fábrica. E, segundo esses colaboradores, o principal responsável por essa situação é Elon Musk.

    Embora Musk ainda tenha seu grupo de apoiadores na Tesla, principalmente aqueles que acreditam na transformação da empresa em uma gigante de inteligência artificial e robótica, sua imagem entre os críticos dos funcionários vem se deteriorando. Isso é evidente em uma carta aberta que circulou recentemente. Nesse documento, colaboradores, tanto atuais quanto ex-funcionários, destacam que o comportamento polêmico e politizado de Musk está afastando clientes e prejudicando a reputação da marca.

    A carta foi feita por um grupo anônimo de trabalhadores, mas um dos rostos mais conhecidos é Matthew LaBrot, que foi gerente de vendas e demitido após a publicação da carta. Ele não se contém ao afirmar: “O dano à imagem pessoal de Elon é irreversível. Isso se tornou um fardo para nós. Estamos em um ponto de decisão: continuar com Elon e ver a marca desmoronar, ou seguir em frente sem ele e dar a nossos produtos e nossa missão uma chance de prosperar.”

    Esse desabafo acontece em um momento crucial para a Tesla. Depois de anos de crescimento acelerado, em 2024 a empresa registrou sua primeira queda anual nas vendas em uma década, e no início de 2025 a situação parece ter piorado. Embora a empresa tente justificar a baixa nas vendas com a mudança na produção do Model Y, colaboradores afirmam que há milhares desses carros estocados, sem compradores. Para eles, isso é um claro sinal de que a demanda está caindo, não a produção.

    Um trecho da carta enfatiza: “A produção está indo bem, a qualidade está alta. O que está quebrado é a demanda. O problema está na liderança.” Eles também rebateram as declarações de Musk de que iria “refocar” seus esforços na Tesla, reduzindo a atenção a outras distrações, como a Dogecoin. Para eles, essa fala apenas minimiza os danos provocados por suas ações.

    Até agora, a Tesla não se manifestou oficialmente sobre o conteúdo da carta. A resposta da empresa foi a demissão de LaBrot e a suspensão da conta criada para divulgar a carta no X, a plataforma que Musk controla. Isso aconteceu em um contexto em que a empresa teria até indicado aos funcionários de sua Gigafactory no Texas que tirassem uma semana de folga, algo inédito para uma empresa que, não faz muito tempo, lutava para acompanhar a demanda.

    Na carta, os trabalhadores foram claros: “A Tesla está pronta para seguir em frente. E nós estamos prontos para seguir em frente sem Elon como CEO.” Agora, o futuro da Tesla depende do conselho administrativo, que parece ignorar os sinais de alerta. Se a situação continuar assim, a empresa pode perder talentos para a concorrência, o que aceleraria ainda mais a queda de uma gigante que foi pioneira na revolução dos carros elétricos.

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