Plymouth Superbird 1970: o que aprender com essa queda de valor

O mundo dos carros clássicos viveu um verdadeiro drama nas últimas semanas, digno de novela. Um Plymouth Superbird de 1970, que havia sido adquirido por impressionantes US$ 1,65 milhão (cerca de R$ 8 milhões na época), foi vendido em um leilão da Mecum em Indianápolis por apenas US$ 418 mil (aproximadamente R$ 2,3 milhões). Uma diferença que deixou muita gente de queixo caído.

Esse Superbird pertenceu ao falecido colecionador Bobby Knudsen, que faleceu em dezembro de 2023. Após sua morte, a família decidiu vender parte da coleção, que contava com 25 carros, incluindo esse ícone dos muscle cars. O carro era verdadeiramente uma preciosidade.

Agora, o que causou tanta surpresa e até choque no mercado automotivo foi a drástica queda de valor. Em julho de 2022, Knudsen pagou quase o dobro do que carros semelhantes estavam sendo vendidos na época. Para se ter uma ideia, ele pagou mais de US$ 500 mil a mais que a média do mercado em um carro que, mesmo original e com baixa quilometragem, tinha seu valor contestado por especialistas.

Outro Superbird, vendido no mesmo leilão, foi arrematado por US$ 550 mil, um valor superior ao que a família Knudsen recebeu pelo deles. Esse outro exemplar também contava com apenas 33 mil milhas e uma raridade: câmbio automático, que tinha apenas 77 unidades produzidas nessa configuração.

O Superbird é famoso por sua aerodinâmica, com uma enorme asa traseira, e pelo seu desempenho nas pistas da NASCAR, além do poderoso motor HEMI V8 de 426 polegadas cúbicas. Um verdadeiro sonho para muitos aficionados por carros, mas essa venda mostrou que até os clássicos mais cobiçados não estão a salvo de uma desvalorização feroz.

Com isso, alguns analistas começaram a questionar se o mercado de muscle cars antigos está passando por um momento de correção. A realidade de juros altos, novos gostos entre as gerações mais jovens e a popularidade crescente dos carros elétricos e híbridos também entram no jogo. Afinal, as montadoras estão mudando o foco, e isso afeta muito o que as pessoas buscam.

A história de Knudsen e seu Superbird é um lembrete de que a paixão por carros pode ter um preço alto — muitas vezes, alto demais. E quem sentiu o peso disso foi a sua família.